segunda-feira, 25 de abril de 2011

PARA ALGUÉM DISTANTE



"Queria ter-te ajudado tanto... Desculpa!"

Muitas vezes, os apoios que precisamos fazem-se de pequenas palavras... frases curtas, com um pesado sentido, porque são ditas com alma.
Há situações, em que os outros pouco podem ajudar-nos, para além de algumas palavras de conforto... e recordo-me de em tempos, ter sentido falta delas!

Continuamos por aqui, por isso mesmo, é sempre tempo... e há palavras, frases e gestos que valem muito, em qualquer altura! (OBRIGADA AMIGA)

sábado, 16 de abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

COISAS SIMPLES


Sempre que posso, capto estes momentos de alegria do Vasco... São eles que me alimentam a alma.
Se o nosso sonho reside tão sómente no facto de querer-mos que o nosso filho seja feliz, sem duvida que temos realizado até aqui esse sonho, por isso guardo cada um destes simples momentos em imagens.
A euforia com que diz, que é ele que vai hoje conduzir-nos até casa, é contagiante! Refreio-lhe um pouco os ímpetos e explico-lhe que os meninos não sabem nem podem conduzir... só os adultos, como o pai e a mãe. Adianto-lhe ainda, que quando ele for grande já poderá aprender a conduzir, para levar a mãe e o pai a passear!

Depois, e já em casa revendo a fotografia, refreio também os meus ímpetos e penso: Será que o que lhe disse foi o mais correcto? Será assim tão simples para o meu menino levar-nos a passear um dia, conduzindo um carro?

sábado, 2 de abril de 2011


Esta noite, como esperado, o Cristo-Rei iluminou-se de azul. Pretendeu-se alertar consciencias, sensibilizar a sociedade para a realidade de uma perturbação... D E S C O N C E R T A N T E.
Autismo - talvez a mais enigmática de todas as perturbações do neuro-desenvolvimento.
É uma condição que perdura sem hipótese de cura, ao longo de toda a vida e que carrega consigo o paradigma da mente (quase) nos antípodas do comum.
Alguns:
- Podem não falar nunca, podem não olhar nunca, podem não beijar nunca...
Ou podem querer fazê-lo e não conseguir nunca!
Outros fazem-no, aprendem, mas necessitam ajuda e fá-lo-ão sempre de forma peculiar... diferente.
Para as familias - mais para umas do que para outras (penso que consoante a gravidade) - cortam-se abrupta e radicalmente os projectos de vida mais banais e caiem por terra as mais básicas aspirações para o futuro. É uma alteração de caminho na ordem dos 360 graus, sem preparação nem aviso prévio!
Inicia-se um violentíssimo caminho, que tem tanto de duro como de desconhecido. Um caminho onde impera a dúvida, a descriminação, a indiferença, o afastamento... Uma dor imensa!
Ontem, perante a imponência do nosso Cristo-Rei em tons de azul, senti-me agradecida pela conquista, e orgulhosa por saber que têve origem na luta de tantos pais "especiais" e na vontade de outros que mesmo não o sendo, estão connosco, são sensíveis à situação e respeitam-na facilitando-nos um pouco mais o caminho.
Ao mesmo tempo, enquanto o carro seguia na ponte e o azul ficava mais próximo, o meu coração apertou-se... Senti que naquela luz imensa, assenta um sofrimento sem igual, que conheço bem e que continuo a conhecer no rosto das inúmeras familias com que me vou deparando por aí. Aos meus olhos, sobressaíam os nome de tantos meninos que não esqueço: O Miguel, O Tomás, O Guilherme, O Afonso, O Pedro, O Bruno, o João, O Luis, O Sandro, O António, O Francisco, O André, O Bernardo, O Martin, O Vasco... e tantos outros! O meu pensamento estava com todos e com as suas familias que tanto admiro - expressões quase sempre demasiado cansadas e sofridas, mas firmemente de pé! O meu desejo é que continuem a lutar com a mesma coragem, que continuem a traçar metas e a ter sonhos (mesmo que diferentes), que continuem a viver cada dia - um dia de cada vez - como desde logo somos forçados a aprender. Respeito-vos profunda e abnegadamente, exactamente como me respeito a mim mesma por ter conhecido capacidades que ignorava.
Vestido hoje numa cor diferente, o Cristo-Rei foi ficando para trás e eu sem querer emocioneí-me... as lágrimas insistiram em cair perante toda aquela luz azul, que me pareceu, poucos terem percebido.

VESTIDOS A RIGOR




Claro que só podíamos vestir AZUL.
 
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