Fui fácilmente ás lágrimas com este vídeo. Talvez por andar mais sensível ou também talvez porque me traga recordações que não são agradáveis para mim. Tenho uma deficiência física e sensorial, não visível a "olho nu" (a sensorial), mas que me fez passar muitos momentos tristes no meu percurso escolar (devido à parte física). Sempre senti discriminação tanto por parte dos "amigos" como por parte dos professores. Era como se esta deficiência fosse mais importante que o resto da minha pessoa. Tinha aulas de apoio especiais porque consideravam que precisava. Nunca entendi porquê pois nunca revelei mais dificuldades em aprender, ou a fazer qualquer outra coisa, do que qualquer outra criança. A escola nunca percebeu que com essa tentativa de "inclusão" (nem sei se era isso) me excluiam ainda mais e me tornavam diferente aos olhos dos miúdos "normais". Aquilo magoava-me profundamente. Cresci e ainda hoje dou comigo a fazer ou a não fazer coisas que exponham essa deficiência. E embora hoje seja mais o interior (sensorial) que me limita, é o exterior (físico) que me incomoda por causa do olhar de quem a vê.
Tanta conversa para dizer que afinal o que me espanta é que tantos anos depois nada tenha mudado ainda. Os meninos diferentes continuam a ser olhados e comentados sem respeito. Não é valorizado o facto de estar ali um ser humano, que vê o mundo à sua maneira, com a sua história e os seus desejos.
É fácil dizer "deficiente", toda a gente entende que está ali alguém com uma lesão corporal ou mental. Dificil é mudar o desvio da estrutura social, dita normal, a que essa palavra obriga. Ser diferente não é pecado e não é contagioso, mas o preconceito continua a ser superior ao facto de por trás de uma diferença, estar um ser humano.
Querida Sandra... Este post - que chamas tão grande - tocou-me mais que o post que o originou ... Também gosteí deste video e da sua história, por isso o coloqueí aqui, mas foram as tuas palavras que me tocaram verdadeiramente! Pensando em ti, só vejo coisas boas, doces - sensibilidade, humanismo, solidariedade! Não vejo, nem sinto mais nada para além disso. Imagino que tivesses sofrido com a ignorancia das pessoas e lamento tanto o sofrimento desnecessário, profundamente estupido e grosseiro que sempre existiu e que apesar de menor, ainda persiste! Sabes portanto o que ele causa aos nossos corações! Cabe-nos ir tentando mudar mentalidades... Luto todos os dias, e já de forma instintiva, pela aceitação das pessoas ao que é diferente - Luto para que vejam, sintam e percebam a riqueza contida na existencia do diferente! Provavelmente fá-lo-ei por toda a minha a vida, e ainda que sinta que nunca chegareí ao ideal que sonho, perceber que já existem muitas pessoas sensíveis e amigas, conforta-me e fortalece-me neste caminho! TÚ tens sido uma delas... Sempre amiga, sempre sensível, sempre presente e de certeza uma grande lutadora! Abraço apertado, sentido e obrigada pelo tanto que por aqui me continuas a dar. (beijinho à tua princesa)
Temos aqui um excelente exemplo de como não é fácil lidar com a deficiência.
Se as pessoas "dão" mais qualquer atenção estão a salientar essas deficiências, portanto a fazer discriminação, se não "dão" é porque não querem saber, portanto a fazer discriminação outra vez. É um facto, não é fácil.
Há quem consiga lidar com este tema sem grandes problemas mas eu não consigo. A vida já é tão difícil para quem não tem deficiências aparentes pelo que tento imaginar o que será para quem, de algum modo, tem de lidar de pertissimo com estas situações.
A vida é injusta de muitas maneiras mas nenhuma é tão injusta quanto esta. Fazendo de conta que isso seria possível de alguma maneira, todos vocês deviam ser compensados pelo fantástico trabalho que fazem.
Alguns textos aqui publicados, poderão não ser de minha autoria, nesse caso, serão devidamente assinalados. Relativamente às imagens com que procuro "colorir" o meu blog, se desconhecer o correspondente autor, e este se sentir incomodado pela publicação, muito agradeço seu contacto, sendo que de imediato alterareí a situação.
4 comentários:
Excelente!
Fui fácilmente ás lágrimas com este vídeo. Talvez por andar mais sensível ou também talvez porque me traga recordações que não são agradáveis para mim.
Tenho uma deficiência física e sensorial, não visível a "olho nu" (a sensorial), mas que me fez passar muitos momentos tristes no meu percurso escolar (devido à parte física).
Sempre senti discriminação tanto por parte dos "amigos" como por parte dos professores. Era como se esta deficiência fosse mais importante que o resto da minha pessoa. Tinha aulas de apoio especiais porque consideravam que precisava. Nunca entendi porquê pois nunca revelei mais dificuldades em aprender, ou a fazer qualquer outra coisa, do que qualquer outra criança. A escola nunca percebeu que com essa tentativa de "inclusão" (nem sei se era isso) me excluiam ainda mais e me tornavam diferente aos olhos dos miúdos "normais". Aquilo magoava-me profundamente. Cresci e ainda hoje dou comigo a fazer ou a não fazer coisas que exponham essa deficiência. E embora hoje seja mais o interior (sensorial) que me limita, é o exterior (físico) que me incomoda por causa do olhar de quem a vê.
Tanta conversa para dizer que afinal o que me espanta é que tantos anos depois nada tenha mudado ainda. Os meninos diferentes continuam a ser olhados e comentados sem respeito. Não é valorizado o facto de estar ali um ser humano, que vê o mundo à sua maneira, com a sua história e os seus desejos.
É fácil dizer "deficiente", toda a gente entende que está ali alguém com uma lesão corporal ou mental. Dificil é mudar o desvio da estrutura social, dita normal, a que essa palavra obriga. Ser diferente não é pecado e não é contagioso, mas o preconceito continua a ser superior ao facto de por trás de uma diferença, estar um ser humano.
(Desculpa o post tão grande)
Beijo grd
Querida Sandra... Este post - que chamas tão grande - tocou-me mais que o post que o originou ... Também gosteí deste video e da sua história, por isso o coloqueí aqui, mas foram as tuas palavras que me tocaram verdadeiramente! Pensando em ti, só vejo coisas boas, doces - sensibilidade, humanismo, solidariedade! Não vejo, nem sinto mais nada para além disso. Imagino que tivesses sofrido com a ignorancia das pessoas e lamento tanto o sofrimento desnecessário, profundamente estupido e grosseiro que sempre existiu e que apesar de menor, ainda persiste!
Sabes portanto o que ele causa aos nossos corações! Cabe-nos ir tentando mudar mentalidades... Luto todos os dias, e já de forma instintiva, pela aceitação das pessoas ao que é diferente - Luto para que vejam, sintam e percebam a riqueza contida na existencia do diferente! Provavelmente fá-lo-ei por toda a minha a vida, e ainda que sinta que nunca chegareí ao ideal que sonho, perceber que já existem muitas pessoas sensíveis e amigas, conforta-me e fortalece-me neste caminho! TÚ tens sido uma delas... Sempre amiga, sempre sensível, sempre presente e de certeza uma grande lutadora!
Abraço apertado, sentido e obrigada pelo tanto que por aqui me continuas a dar. (beijinho à tua princesa)
Temos aqui um excelente exemplo de como não é fácil lidar com a deficiência.
Se as pessoas "dão" mais qualquer atenção estão a salientar essas deficiências, portanto a fazer discriminação, se não "dão" é porque não querem saber, portanto a fazer discriminação outra vez. É um facto, não é fácil.
Há quem consiga lidar com este tema sem grandes problemas mas eu não consigo. A vida já é tão difícil para quem não tem deficiências aparentes pelo que tento imaginar o que será para quem, de algum modo, tem de lidar de pertissimo com estas situações.
A vida é injusta de muitas maneiras mas nenhuma é tão injusta quanto esta. Fazendo de conta que isso seria possível de alguma maneira, todos vocês deviam ser compensados pelo fantástico trabalho que fazem.
São verdadeiros heróis da vida!
Beijos, C!
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