segunda-feira, 22 de março de 2010

MEDOS... (Quem, os não tem?)


Este fim de semana tive um sonho daqueles que nos fazem acordar com taquicardias e suores!
... Conversava com alguem na rua quando o meu filho me fugiu das mãos, iniciando uma louca corrida, impossivel para mim de acompanhar! Eu bem corria desenfreadamente para o agarrar, pedia socorro, mas cada vez ele ficava mais distante de mim... Via-o desaparecer no meio de uma multidão indiferente ao meu desespero e a corrida continuava... via-o passar por entre carros, camionetas e autocarros, escapando sempre por um triz! Agoniava assistindo a tudo, perfeitamente incapaz de o fazer parar, de o fazer voltar para mim. Na sua cara permanecia o riso e a disposição de sempre, mas os perigos eram constantemente desafiados perante o meu olhar incrédulo e a minha total impotencia!
Não sei onde terminou aquela malfadada corrida, mas acordeí meio zonza e extremamente cansada... provavelmente consegui alcança-lo, porque na realidade o meu menino dormia na sua acolhedora cama envolto em bonecos, cobertores, edredon e almofadas... volteí para a cama, mas o sono já não foi o mesmo.
A que se devem estes sonhos, penseí? Parecem tão reais, sentem-se na carne, no peito, no sangue que corre demasiado rápido para me deixar dormir em paz!
Parece o medo a apunhalar-me profunda e lentamente, com a sua faca bem afiada... Medo de algum dia não conseguir protege-lo como o faço sempre, medo dele me fugir nesta selva imensa e eu já não ter capacidade para o acompanhar mais...

Sacudi vigorosamente todos estes medos, e fecheí-os dentro de um saco do lixo colocando-os fora de nossa casa... Eles que vão para bem longe, porque aqui não me fazem falta nenhuma, sujam a minha alma!
Já com eles no lixo, tomamos o pequeno almoço os 3 juntos...
A expressão do meu menino é a mesma do sonho - uma alegria contagiante: "hoje é domingo" diz ele, como quem diz hoje é dia de estar com voces e por isso estou tão feliz!
- Acho que nunca me vais fugir meu filho, tal é a alegria que manifestas quando estás connosco!

Falo do meu sonho ao pai, porque permanecem em mim resquícios dos inexistentes fantasmas da noite que quero exorcizar, mas ainda não encontreí a formula! Olho para o meu menino e num passe de mágica o medo desaparece. Definitivamente é domingo, já acordamos, estamos felizes e juntos por hoje... e afinal, viver um dia de cada vez é o que conta!

6 comentários:

Mina disse...

Também já tenho tido desses sonhos, pesadelos aflitivos, e esse mesmo poder de taquicárdia. É horrivel, às vezes fico tão aflita que até o marido tem de me acordar. Quero gritar e não consigo... Sufoco... Manifesta as preocupações que temos com eles, é por onde anda o nosso subconsciente, quando tememos que algum mal lhes aconteça, aqueles que tanto amamos...
Felizmente são apenas sonhos. Gostei da forma como deu a volta ao sonho...
bjocas

Maysha disse...

Minha querida que susto, mas felizmente não passou de um sonho.
Gostei do modo de se desfazer dele, colocá-lo no lixo e viver feliz o seu domingo.
Há pouco tempo tambem tive um desses sonhos, com o meu filho mais novo, que já é um homem, mas é militar e estou sempre um pouco preocupada. Acho que nunca me vou habituar à profissão do meu filho Ricardo. As preocupações com os filhos minha querida amiga, manifestam-se por toda a vida, em todos os momentos.
Mas há que não dar valor ao que sonhamos, exorcizar os fantasmas e seguir alegremente, viver cada momento que a vida nos oferece.
Amiga, gosto muito do que escreve, para quando a publicação de um livro?
Faço questão de ser convidada para o evento e de ter um um exemplar autografado, combinado? Sei que seria um sucesso Atena, pense nisso.

Beijo-a carinhosamente, um miminho para o seu bem disposto Vasco
Isa

Petit Leaves disse...

Foi só um sonho mau... dói, assusta, deixa-nos perdidas... mas, depois acordamos... e foi só um sonho mau.

O Vasquinho está bem, feliz... isso é muito maior que qualquer sonho mau.

Um beijinho para os dois ;)

Em Busca de um Anjo disse...

Pois, os sonhos não passam de sonhos ecomo se costuma dizer mt vezes significam o contrário...:)
Como sempre consegues dar a volta a questão e seguir em frente...
beijocas para os três:)
Fátima

Anónimo disse...

Esses sonhos... julgo serem comuns a todas as mães. Já experimentei a mesma sensação várias vezes e o acordar súbito que o meu inconsciente impôs para me aliviar de tamanha aflição, leva-me sempre junto da sua cabeceira, lavada em lágrimas, para me assegurar que está mesmo tudo bem.
Mas, um dia eu estava acordada e aconteceu realmente, tinha ele uns 8 anos. Estávamos a sair dum papelaria quando me apercebi que tinha esquecido de comprar um artigo e voltei atrás. Pedi, escolhi, paguei e, quando me preparo para sair... onde estava o Iúri? O meu coração disparou. Corri para a rua na esperança de o ver colado à montra mas, nada. Lancei o olhar aflito em todas as direcções, na rua o movimento de pessoas e carros já era imenso, hora de ponta. Consegui então vê-lo a correr lá à frente... quis gritar por ele e a voz não saía, quis correr até ele e as forças faltaram-me ... julguei que ia morrer ali mesmo. Assaltavam-me pensamentos dramáticos, com cenas horríveis que a todo o custo tentava afastar. E as pernas que não me ajudavam a acelerar o passo enquanto que a imaginação voava para junto dele, que alegre e descontraído lá ia saltitando, feliz, por entre os carros, atravessando a avenida de passadeira em passadeira. Reparei então que se encaminhava para casa, mas mais uma rua movimentada o esperava. Aqueles metros pareceram-me quilómetros. Quando finalmente consegui alcançar a esquina que dava para a minha casa, não sabia se rir se chorar, se ralhar-lhe... eu apenas estava feliz por vê-lo, são e salvo, esperando por mim à porta do prédio. No olhar ele aparentava orgulho pela travessura, como se tivesse agarrado o momento de liberdade e demonstrado que "era capaz".

Helga Piçarra disse...

É mesmo, Atena. Quem os não tem. Ás vezes magoam tanto que julgamos serem reais. Não esqueço quando estava grávida do meu segundo filho, tinha o mais velho cerca de 19 meses, ter sonhado que saía de casa para ir trabalhar como sempre fazia e de ter encontrado uma velhinha (que por sinal era uma velhinha que existia no meu mundo real e bem perto, apesar de não a conhecer), mas lembro-me de a ter encontrado no mesmo elevador que eu com o seu habitual carrinho de compras e quando olho, vejo as mãozinhas do meu filho lá dentro a tentar sair e o olhar dela, aterrador, fez-me acordar em prantos. Sei que ia a meio do caminho do trabalho, pedi ao meu marido para dar meia volta e voltar para casa. Fui buscá-lo áo Infantário e fechei-me em casa, tranquei as portas e fechei as janelas, como se quisesse evitar que aquela velhinha assustadora visse sequer a nossa sombra. Nunca mais a vi na rua, como habitualmente via. Não sei exactamente o que penso, mas penso muitas vezes nesse sonho e no facto de nunca mais a ter visto desde esse dia. Pode não parecer mas foi das coisas mais assustadoras que sonhei. Compreendo bem o alivio e a alegria de olharmos para os nossos meninos e ver-mos que eles estão bem, felizes e acima de tudo alheios a tudo o que nos vai na alma e na mente, depois de um sonho assim.

Beijinhos :) (e desculpa o texto tão grande)

PS: Obrigada pelo comentário que deixaste nas 'Crónicas do Rochedo'. Gostei muito. Obrigada!

 
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