PESO DOS SENTIDOS: UMA TARDE DE SOL

Assim que espreitou o sol, lá corremos para um passeio em família. E estes pequenos momentos, são tão incrívelmente bons, que mesmo passados uns dias, ainda gosto de os saborear!
(Tenho tanto, mas tanto orgulho nos "meus" homens!)

AS "DEIXAS" DO VASCO

"Quero uma namorada com os labios pintados de vermelho".
"Quem é que desacolou isto?" - pergunta o Vasco muito pronto e expontaneamente, perante algo que se descolava de uma parede.
Recente comentário político do Vasco: "O Sócrates tira o dinheiro às pessoas". E eu, espantada, pergunto-me onde vai ele buscar estas ideias?!
Ultimamente o Vasco descobriu a graça de denominar com certos diminutivos, alguns nomes e palavras que a seguir aqui deixo: ROSICA (uma tia de seu nome Rosa); FATI (a professora Fátima); XIXOCAS (Fazer um Xi-xi)... Anda muito criativo este rapaz!
Reconhecendo Jerónimo de Sousa num supermercado proximo de nós, o Vasco saltita muito entusiasmado com a "presença" de uma figura que ele reconhece de imediato da televisão... Perante a "efusividade", diz-lhe o prezado Sr.: "Estás a conhecer-me?" Prosseguindo no mesmo entusiasmo o Vasco responde: "Tá Zangado com o Sócrates, tá zangado com o Sócrates" (O meu rapaz já percebe alguma coisa de política!!!
Perante a renitencia do Vasco em beijar a avó a toda a hora (como ela queria), numa de "chantagem emocional" diz-lhe a avó: pronto tu não gostas da avó , eu vou arranjar outro neto! Ao que ele responde: - Outro neto não... eu bato no outro neto! (Tá visto que o Vasco não quer mesmo concorrencia)
Todos os dias o pai tem o hábito de nos dar um beijo antes de sair para o trabalho... hoje disse-lhe o Vasco enquanto recebia o beijo apressado do pai: - Pai, pira-te! (este pira-te é novo para nós, mas ficamos muito satisfeitos, por perceber que o rapaz tem vindo a aumentar cada vez mais o seu rol de vocabulário).
Numa destas manhãs, chegamos à escola e foi dito ao Vasco que não teria aulas, porque a professora estava doente, que assim ficaría na escola, só na sala da UEEA.... Ao que ele responde: Não há truma, a Prof. C. está doente, não vai para a sala da truma...
No inicio de uma série televisiva sobre Vampiros, que eu e o pai queríamos muito ver, o Vasco - que sempre quer os pais a brincar com ele - não queria por nada deixar-nos assistir. Disse-lhe: Senta aqui no sofá com os pais para ver o filme dos vampiros, filho, é giro... Responde ele um bocado arreliado: Os rampiros não, mãe, o Vasco não quer ver os rampiros.
Nos momentos que antecedem a hora de deitar, costumo dizer-lhe, à mistura com uns mimos, que está na hora de dormir - (coisa que ele, como quase todos os miudos), não aceita bem à primeira, e tenta sob várias formas contornar. Eu mantenho-me firme com a conversa e visto que a sentença para dormir, está lida, diz-me ele um dia, calmamente, mexendo nas suas pestanas: "Eu vou cortar as minhas pétalas com uma tesoura". Escusado será dizer, que nem comenteí, mudei de assunto, dei-lhe o beijo de boa noite, e estava um pouco assustada com aquela ideia dele cortar as pestanas com uma tesoura, que não imagino onde tenha ido buscar! Felizmente esqueceu-se disso e não mais repetiu a frase até hoje... (Entretanto aprendeu a designar os pêlos que temos na linha dos olhos correctamente).
Na mais recente festa da escola, os convidados eram palhaços (conhecidos do Vasco), e a cantora Simara para animar a criançada. Para preparar a coisa sem que houvessem surpresas, a professora ia-lhe dizendo que vinham os palhaços e a Simara. Após ouvir a apresentação dos artistas, pergunta ele à professora: "Simara tem pipi ou pilinha?" (Pois, é que Simara ele não tinha ouvido falar nunca, pelo que deveria estar confuso sobre o que seria tal "coisa", e resolveu começar pelo género.. (Imagino os seus pensamentos - Simara? o que será? Será uma pessoa, um animal, ou o quê?)
Normalmente o Vasco gosta das pessoas, andamos a ensinar-lhe que não deve falar com estranhos ou tocar-lhes, e a coisa tem evoluído, mas por vezes tem um ou outro esquecimento e Sai-lhe por exemplo com alguma euforia a seguinte frase perante uma mesa repleta de pessoas de Angola ou Cabo Verde: "Os senhores são castanhos" ou perante uma amigo da escola que adora, mexendo-lhe muito efusivamente no cabelo: "O Luizinho é castanho e cheira a chocolate".
Numa fila para o MacDonalds (uma iguaría que não dispensa), à sua frente encontra-se um senhor com pouco cabelo... diz o Vasco muito animado: "Este senhor é careca, este senhor é careca...)
Como pessoa sem grande queda para a diplomacia que o nosso Vasco é, e na maior das suas sinceridades e naturalidade, por vezes ficamos meio embasbacados com algumas deixas que faz em publico, em som perfeitamente audível aos demais. Por exemplo: - Num café de supermercado (em hora de ponta de compras), diz: "o pai Miguel tem uma pila grande, o pai Miguel tem uma pila grande... " e repete ainda mais uma vez ou outra para o caso de ninguém ter ouvido!
Um dos Hobbies do Vasco é usar a impressora da sala até à exaustão, tirando cópias de cópias, que imprime com letras e desenhos feitos por ele. Enfim ele adora tecnologia, mas como os aparelhos de tecnologia custam dinheiro e gastam consumíveis, nós damos-lhe um nº. límite de cópias, apartir do qual, discretamente desligamos o cabo traseiro, dizendo-lhe que a mesma ficou avariada e que tem de ir a reparar. Vira-se então ele para nós e diz: "OOOHHH, estragou a impressora do menino Vasco"; Contestámos: "A impressora não é tua, é do pai", ao que ele diz: "OOOHHH, estragou a impressora do senhor pai". (muito formal este nosso Vasquinho).
Como ultimo recurso, num medir de forças que por vezes acontece connosco cá por casa, (por coisas que não pode fazer e insiste), costumo dizer-lhe: "Queres ver a mãe e o pai tristes? Tu não gostas destes pais, vou arranjar-te outros"; ao que ele prontamente responde: "Eu quero esta mãe sim e este pai". (Talvez não seja muito ético da minha parte esta espécie de chantagem emocional, mas quando se espera não funcione com estes meninos e se verifica que afinal funciona sim senhor, por momentos não pensamos nada na ética).
De alguma forma acha curisosos os actos biológicos como soluços ou arrotos, e não os entende ainda como tal, ficando - digamos que, intrigado - quando lhe acontecem. Desde logo acha que ambos se assemelham. Quando inicia uma natural sessão de soluços, pede-me sempre que lhe imite os respectivos sons dizendo: Um soluço é..(som do soluço) e "um roto é... (som do arroto)". (Cómico fica repetir as ditas palavras seguidas dos respectivos sons, por umas 20 vezes no minímo, com uma expressão de quem está a estudar o fenómeno).
Costumo fazer com que peça as coisas e não as tire... há dias queria comer nesquik às colheradas ao que eu lhe disse: "se queres um bocadinho de Nesquik tens que pedir". Diz logo ele de seguida: "Posso comer um muito de nesquik?" (É mesmo guloso)
Perante a pergunta que lhe fazemos sobre se quer ter um mano ou uma mana, responde: "Não quer, já tem o tosta". (O tosta é o nosso cão).
Frases que diz para "entimidar-nos" em casa perante uma contrariedade: "Vou puxar a minha pila"; Vou roer as maminhas da mãe do Luis"; "Vou partir o relógio"; "Vou bater nos meninos todos"; (Felizmente não faz nada disto, mas são as suas "armas" para nos testar)
A professora pede-lhe que faça um desenho seguindo o modelo... repete o pedido algumas vezes perante o olhar de espanto do Vasco. Segundos depois ele diz " Modelo e Continente" (Sentido literal é mesmo Literal).

PESO DOS SENTIDOS

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

UMA TARDE DE SOL

3 comentários:

AUTISMO - UMA CAUSA

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