
... Quase uma hora da manhã e ainda não se dorme cá por casa. Os telemóveis estão à mão e o pensamento voa, tentando imaginar como terá adormecido o nosso menino, sem os nossos abraços, sem os beijos e as conversas de final de dia. Mas a verdade é que o telemóvel não tocou, o que quer dizer que ele adormeceu bem, sem nós.
Estamos apenas os 2 - o Vasco foi passar a noite no "abrigo" dos escoteiros, com os companheiros do seu grupo!
Ia carregado: saco cama; 1 muda de roupa; meias, boxers, alimentos para o pequeno almoço e ... um dos seus panos (tipo fralda) para aconchegar à cara antes de adormecer. Não há noite que passe sem este elemento, pelo que o coloqueí na sua mochila, mesmo sem que fizesse parte da lista de coisas a preparar. (Coisas de mãe - podia fazer-lhe falta caso se sentisse mais inseguro).
Ficou, por entre risos e brincadeiras, com os outros meninos e por momentos senti que levitámos... Antes, observeí como se divertiam juntos, como corriam para se esconder no jogo das escondidas, como se colavam uns aos outros no jogo da cobra pegajosa, e como formavam filas alinhadas, perante o olhar atento da chefe do grupo, que os dirigia como numa pequena orquestra - Formatura executada com sucesso. E o nosso menino estava lá!
Deixamos o local com a certeza de que se iam divertir muito e com o peito cheio de alegria e esperança, porque afinal de contas as portas se vão abrindo lentamente. Este pequeno acontecimento, tem a dimensão de uma vitória tremenda para nós, que não seria possivel sem que do outro lado houvesse vontade...
São estas as oportunidades porque luto, mas ninguém pode lutar de portas fechadas! Por isso, e pelo que significa esta noite, o meu eterno e profundo agradecimento ao Grupo de Escoteiros de Vialonga, às chefes da Alcateia, aos meninos que integram o grupo e seus pais.