quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MAIS UM NATAL

É mais um natal... não o vejo como só mais um!
É novamente tempo de inexplicavel euforia... De correrias e ansiedades...
É o tempo que passa por nós - nem mais depressa, nem mais devagar... apenas passa e leva muito, nesse seu passar.

Parece ser apenas mais um Natal, mas na verdade, na vida nada se repete...

Um bom Natal para todos!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PAIS PRESTADORES DE AJUDA

Excuso-me a dizer-vos que a minha ausencia daqui, se prende com falta de tempo... Não é esse o motivo. Já sabem que quando não tenho muitas palavras de esperança, prefiro ter falta! Acontece que os dias têm passado, mantendo o mesmo tipo de sentimentos e não queria arriscar-me a ser expulsa por falta de comparencia:)
Sinto falta de aqui vir e poder dizer o que me vai na alma, mesmo quando ela se reveste de cores mais cinzentas. Não é péssimismo - é mesmo a realidade que insiste em não trazer grandes alegrias. Nem tristezas,(felizmente), mas a actual situação tem o dom de minar a maior parte de nós, colocando-nos em profundo cepticismo, não nos permitindo pensamentos positivos ou a veleidade de ter grandes expectativas.
Sinto que a generalidade das pessoas, sucumbiu à onda do cansaço e vive automáticamente os dias!
Quem nos governa, pensa em pouco mais do que numeros, transformando demasiadas vidas em impensáveis fatalidades.
Em todo este contexto, ficam rigorosamente esquecidos, os mais vulneráveis da sociedade...
Ora como mãe de uma criança com comprovadas "vulnerabilidades", e amiga de muitas outras em semelhante situação, calculam as situações lamentaveis que vou conhecendo todos os dias? São muitas falhas, é muita negligencia, é muita hipócrisia...

Mesmo que queira ter o necessário distanciamento emocional para poder dar-me como apoio, tal não é mesmo possivel. Não tenho palavras de apoio, porque não há respostas... Não há alternativas e o caminho vai-se estrangulando à medida que os filhos crescem, tomando inevitavelmente outra forma, o rosto da incapacidade.

Questiono-me sobre o meu papel de mãe prestadora de ajuda - (formação que ainda estou a fazer a par de um projecto que aqui dei a conhecer-vos há uns tempos) - Qual ajuda??? Caramba, se nem eu tenho ajuda, que ajuda posso dar seja a quem for!?




sábado, 1 de setembro de 2012

LINDO MÊS DE AGOSTO

Agosto, por aqui - mês de fantasia!
Mês de paragem das rotações da terra...  Não há horários, nem prazos, nem redes sociais, nem medos.
Mês de faz de conta que não existem preocupações, nem compromissos... só o sol e o calor, a praia e passeios infinitos por lugares desconhecidos.
Mês de apoio... de férias a sós, de namoro eterno, de dormir até tarde, sem turnos!
Mês doce, saboroso, por vezes com um pequeno travo a culpa - Como se estivessemos a usufruir de algo que não é certo, algo ao qual não temos direito... Desembrulho um chocolate e altero-lhe este incomodo sabor, aproveitando ao máximo os momentos. São breves e são poucos, não há como não disfruta-los... é deles que nos enchemos um pouco mais para o ano que se aproxima, sabendo que a repartição destes momentos e dos outros, é tão exageradamente desiquilibrada! Sabendo também que muitos há que nem no mês de Agosto têm hipótese de desembrulhar o chocolate - uns porque não podem, outros porque não sabem!
O nosso lindo mês de Agosto, é feito de tanta coisa! Também de saudade - aquela que bate forte e descontrolada quando deixamos a parte mais importante de nós com os avós, em terras do Norte. Nesse instante de curta despedida, cedo - derrotando ao instinto materno, porque na verdade, a felicidade dos 3 constroí-se numa vida harmoniosa a dois, que é preciso acarinhar, que é urgente procurar!
No fim, o coração aliviado respira a felicidade de mais alguns bons momentos que fizemos tudo por alcançar, na certeza que nos outros 11 meses do ano, o esforço por sobreviver será incomensuravelmente maior...

Findo mais um mês de fantasia, fica a esplanada vazia de nós, e nós cheios de tanta coisa que soubemos viver - Não há negócio mais lucrativo...  (pena que,só o seja a curto prazo).

terça-feira, 3 de julho de 2012

O MEU MAL É PENSAR

Não desisti de escrever, (embora pareça). Podia lá fazê-lo!
Nem saí de cena - venho até aqui muitas vezes rever-me e rever amigos, mas acabo sempre por sair "silenciosamente".
De facto, tenho vindo menos e faz-me falta para me "arrumar". É que às vezes vivo tanta coisa num só dia, que me perco em pensamentos. Noutras vezes, foge-me o tempo e agendo a transfega dos acontecimentoss para depois... E os dias vão-se assim preenchendo a uma velocidade que dificilmente consigo travar, tal como os meus destravados pensamentos que ficam agarrados ás milhentas coisas que me rodeiam. Parece que desperdiço bocadinhos de  mim, por toda a parte e desfragmentada sinto-me incapaz de escrever com a devida coerência.
Mas vou tentar:
A actualidade - no seu geral - não me inspira a grandes optimismos (creio que a ninguém)... e talvez em consequência disso, equacionar hipotéticamente o futuro, ainda me inspira menos.
Fico-me  então, pelo presente (curto prazo):
 - Essa maravilha de terminada a escola, poder ter o meu menino aceite e integrado no seu ATL (maravilha porque é algo vedado muitas vezes a meninos diferentes), onde todos os dias nos dizem que se portou muito bem;
- a (forte) probabilidade de ele poder ter "porta aberta" para o ATL da futura (nova) escola, muito, por ser conhecida a sua boa educação, coisa da qual aliás, muito nos orgulha cá por casa... poucos imaginarão o que a mesma representa... (vamos ver como corre);
-  a (agora) certeza de que na nova escola será implantado recurso identico ao que já vinha a usufruir desde o 1ºano, apesar das contingências financeiras conhecidas até à exaustão;
- e ... a cereja no topo do bolo: pelo menos uma das professoras de sempre, acompanha-lo-á nesta transição e ao longo do novo ciclo. (Se bem que o meu desejo era a continuídade de toda a equipa a trasitar com ele - isso é que era).

E mais não sei, porque isso já era querer saber muito, seria já querer saber mais que os outros pais, e mesmo que possa até ser legítimo este querer saber, não é possivel, porque são coisas que ninguém sabe a esta altura (e muitos nada querem saber em altura nenhuma). 

Por conseguinte, e pela parte que me toca, deveria estar totalmente tranquila... mas o meu espirito permite-me lá tal acrobacia! O meu mal é pensar - (digo-o muitas vezes) -  e secretamente invejo a capacidade de não pensar, noutros pais. Este desportivismo materno e paterno de viver bem sem nada saber, porque tudo se cria!
Muitos nem sabem se os filhos passaram de ano,  como correram as aprendizagens, o que é preciso fazer para motivar mais ao estudo... Muitos não têm esta especie de bicho a morder nas canelas desde o momento em que se nos rebenta a barriga e de lá saí um filho!
E é nestes filhos dos outros - aqueles que pouco querem saber deles - os filhos dos outros que simplesmente se criam, que às vezes vou deixando estilhaços meus, que depois me vejo aflita para apanhar...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

"NÃO TENHAS MEDO"


A poucos dias de terminar mais uma ano lectivo, sinto-me a modos que num estranho "stand by". Parece que levei uma epidural, mas só fiqueí anestesiada, da testa para cima - O pensamento não fluí, nem progride, apesar de ao longe me ser possivel ver um grande desafio aproximar-se.

Terminou o primeiro ciclo:  a escola mais protegida; os colegas - digamos que numa idade mais favoravel do que a da adolescencia;  uma unica e dedicada professora da turma; a sala da unidade com as mesmas amigas professoras de sempre; a presença das queridas assistentes operacionais, e tantos outros pormenores de emotividade e rotina a que o Vasco já há muito se havia habituado.

É o tempo que comanda agora o caminho e a mudança, ainda que não seja radical, será sem duvida significativa... e irreversível.

Sinto-me como quem vê ao longe um furacão e não se sente minimamente cientista em busca deles... Vejo-o  (ja não muito longe), e sei que passará por mim, sem que eu possa detê-lo ou fazer algo que o desvie da minha rota. Dada a minha impotencia momentanea, não consigo raciocinar correctamente para me poder encher da natural ansiedade que uma situação desta provoca e reagir (de alguma forma, sei lá). Mas esta epidural deve ser de marca genérica e falha, não me adormecendo também, e já agora, o medo...
Esse malvado que destila fervorosamente dentro de mim, como quem mina um corpo fraco sem anticorpos e consome-me mas não me faz sentir dor.

"Não tenhas medo, vai correr tudo bem", oiço uma ou outra vez, e quero acreditar nisso, e quero pensar assim, e quero muito, muito, muito, mas estou tão anestesiada que não progrido neste pensamento, aliás, não progrido em pensamento algum, o que progride sem travões é o tempo que me aproxima desta tempestade inevitável.

Pode ser que ela passe e enfraqueça à passagem... sei que há tempestades assim, que perdem força à medida que avançam.
Pode ser que ela venha acompanhada de ventos fracos e uma amena temperatura, tornando-se mais fácilmente suportavel...
Pode ser que seja localizada e quanto muito, me abane apenas a mim...
Pode ser que ela até seja uma miragem, e nem exista na realidade...

Mas a minha maior esperança - que essa felizmente a anestesia não levou -  é que ela venha e se desvie de nós, assim que se depare com a luminosidade do sorriso doce do teu olhar, meu filho. 

sábado, 19 de maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

AINDA A PALAVRA MÃE

Já a terminar o dia, e desejosa por aqui deixar palavras à altura do tema, percebi que não ia conseguir fazer-lo... É uma palavra carregada de demasiado sentido e é para mim extremamente dificil escrever sobre tudo o que sinto envolver a palavra M Ã E.

Dizer que te amo, não basta... é muitíssimo mais do que isso!
Dizer que és um bocado de mim é pouco, porque na verdade te sinto muito maior que eu!
Dizer que és a minha vida, não chega, porque por ti dá-la-ia mil vezes sem hesitar!

domingo, 6 de maio de 2012

PARA A MÃE


terça-feira, 1 de maio de 2012

"ACEITAR"

Aceitar não é resignar.
Aceitar é confrontar os dois "EUS"
É um longo e tortuoso caminho que merece ser percorrido
Aceitar tem cor
Aceitar é o arco-íris
É amarelo torrado quente como o sol,
E É cinzento na sua corrida alternada entre a luz branca da lua e a noite negra
Aceitar não tem definição
É a viagem até às profundezas do "EU"
Aceitar também tem cheiro
Cheira a terra molhada,
Cheira a infância e a estival alentejano,
e cheira também a montanha, que insistimos escalar com orgulho.
É a barragem, a fronteira que nos distingue e nos une.
É lutar até à exaustão, é querer sempre mais.
É uma luta incansável entre a dor e o AMOR.
No topo espera-nos a PAZ,
A tranquilidade, a serenidade, e o equilíbrio
É verde esperança
É vermelho intenso como o sangue
É olhar para o mar calmo ou durante uma tempestade
e ver apenas uma gota salgada,
ou contemplá-lo na sua imensidão,
em que a pequenez somos nós.
É o nosso caminho, É o nosso lugar no mundo, É a nossa luta e é acima de tudo
AMAR profunda e incondicionalmente

P/GRUPO ESPIRAL
Oficina de Pais - Pais em Rede

sexta-feira, 23 de março de 2012

MAIS UM PEQUENO PASSO

Decorreu no passado dia 21, na AR, uma conferência parlamentar para debater a educação especial em Portugal, concretamente avaliar o Decreto-Lei 3/2008, que é desde então o instrumento legislativo que pressupõe a condução da nossa sociedade no caminho da inclusão.
Congratulo-me com a oportunidade de poder ter estado presente porque considero o acontecimento da mais elementar importância, porquanto é no parlamento que se tomam todas as decisões e que se delineiam caminhos. O manifesto interesse daquele grupo de trabalho, em ouvir os principais intervenientes no processo de inclusão das pessoas com especiais necessidades, é na minha opinião – além de imperioso – FUNDAMENTAL.
Durante aproximadamente 6 horas, abordaram-se praticamente todos os pontos vitais, relativos ao paradigma de ter nas escolas do nosso país, uma resposta justa e adequada, para com a diversidade – O ideal da existência de uma escola para TODOS - consagrado na constituição Portuguesa e assinado pelos mais altos responsáveis do nosso país em mais do que um tratado internacional… objetivo que, como é do conhecimento geral, está ainda longe de atingir.
Discutiram-se boas práticas e práticas menos boas… Confesso que lamentavelmente a maioria não são as desejáveis, e confesso também que senti revolver-se-me a ferida, com alguns relatos de situações que persistem ocorrer com estas crianças (para nem falar dos adultos, que entretanto como são de outros tempos, perderam o “comboio” da inclusão).
Colocaram-se dúvidas, desorientação perante algumas omissões do Decreto-Lei, receios quanto ao futuro, critica às tentações economicistas incompatíveis com o objetivo, etç., mas acima de tudo debateu-se o assunto perante quem decide sobre as nossas vidas, muitas vezes sem conhecimento do seu correspondente quotidiano. E ficou a certeza da continuação deste “trabalho” (a acontecer em Maio).
Senti - no decorrer de cada momento e nas palavras da maioria daqueles que quiseram participar - a emoção de estar perante pessoas que se interessam e lutam pelo tema. Senti emoção nas palavras e no sentir de professores, terapeutas, representantes associativos de vários quadrantes, diretores de colégios, dirigentes sindicais, deputados, e PAIS… (Nós também estivemos lá)!  E não, não estamos sozinhos. Podemos (legitimamente) sentir que somos poucos, que temos pouco quem nos apoie, quem considere e olhe para as nossas dificuldades, mas efetivamente sempre existe quem caminhe connosco.  
Trago a convicção de que este caminho é longo e a certeza (que já tinha), de que o processo de inclusão trás consigo a exigência da necessidade de uma articulação quase perfeita entre os vários e distintos intervenientes – (com diferentes interesses, caracteres, e sensibilidades) - que não se me afigura de fácil execução. Contudo, (por defeito) inclino-me a olhar com esperança para a frente e a valorizar o que até aqui se atingiu (resultado da luta de outros), e nesta perspetiva acreditar que da mesma forma o caminho será em direção a mais e melhor Luz. Não pode ser diferente!
Aos pais digo: Há que acreditar, pensar positivo e não resignar nunca. Compete-nos, por destino, por missão e sobretudo por amor, essa obrigação.
Aos professores, terapeutas, e auxiliares (que verdadeiramente se empenham):  A minha mais sincera gratidão e o pedido para que não desistam, não se deixem enrolar na espiral da desmotivação e descontentamento pelas dificuldades que bem sei, tantas vezes vos surgem – JUNTOS havemos de ir subindo cada vez mais degraus e só nós sabemos a felicidade única que isso também proporciona.
Para terminar, e já no final de um dia, (digamos que), intenso, chego a casa e recebo – daquele que é o motor do muito que sou e faço hoje – um sorriso absolutamente maravilhoso, um abraço efusivo com os mais doces beijos, e estas 3 palavrinhas mágicas:
- Mamã, mamã, chegaste!


terça-feira, 20 de março de 2012

quinta-feira, 15 de março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

UM PICNIC DE INVERNO

Têm estado uns dias de sol, absolutamente maravilhosos. Diga-se o que se disser, nada se compara ao afago que um raio de sol pode fazer-nos ao espírito. Por aqui aproveita-se bem este lapso climatérico da natureza, que ainda em pleno inverno se baralha e nos brinda com estes dias explendorosos! Fizemos pois, um pic-nic de inverno, que nos soube a mais um bocadinho de felicidade - são estes momentos simples que valem a pena!

O Vasco estava - como as imagens indicam - RADIANTE! O pai , feliz da vida e totalmente contagiado ... e eu como em tantas outras vezes, a transbordar de alegria, por ver diante dos meus olhos a personificação da própria felicidade, neles tão bem espelhada!







Claro que não é sempre assim... Quando derem pela minha falta, estareí provavelmente a combater o inverno, que em muitas alturas também se apodera de mim, contudo, tendo a fazer-lhe frente, ignorando-o, sempre na esperança de que de novo em breve, o sol volte a brilhar.  (E felizmente, volta!)


domingo, 11 de março de 2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

MUSICA PARA OS SENTIDOS

STING - TALVEZ UM DOS ARTISTAS (VIVOS) QUE MAIS ADMIRO

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012

Ora cá temos mais um carnaval. Mais um dia para festejar, brincar, rir e fazer de conta - Fechar os olhos e imaginar por um dia o que poderias vir a ser ...  Mas olhando para ti e sentindo toda a força da tua alegria, não consigo mais que abstraír-me de tudo e sentir este quase inexplicável orgulho por ser a tua mãe!

PORQUE HOJE TAMBÉM É DIA DOS NAMORADOS

Porque me apetece que seja hoje, e porque na verdade, para nós, este dia não tem dia marcado:)
Porque te amo mais do que posso expressar, porque contigo a meu lado me sinto forte, grande, feliz... Porque tudo faz sentido quando caminhamos juntos, porque os anos passam e o sentimento solidifica... e acima de tudo porque é sempre preciso dizê-lo!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

10 ANOS FELIZ

Conversa de fim de dia, no dia do aniversário do Vasco - 02 de Fevereiro:

(Eu) - Já tens 10  anos filho, és um menino grande. Tiveste 2 bolos, 2 festas - uma na escola e outra em casa. Estás feliz?

(Vasco) - (Não responde)

(Eu) - Estás feliz? Sim, ou não? Muito ou pouco?

(Vasco) - Estou sim, muito.

(Eu) - Então agora, quantos anos tens?

(Vasco) - Fez 10...  vai fazer 11, 12...  13.... 14... 15...... 20, 100?

(Eu) - Sim filho, vais ficar crescido como o pai...

Entretanto mudo de assunto.
 Abraço forte, e beijinhos de boa noite... (Não tenho resposta para os 100.)

Foi um dia grande, muitíssimo feliz e preenchido - tanto que nem me permitiu vir aqui em tempo, partilhar tudo o que senti, num dos dias do ano, que é porventura, o mais especial para mim.
Acordou bem cedo - 6 horas da manhã - Estava excitadíssimo por saber que era o seu dia!
A cada ano que passa, a noção deste tipo de coisas é maior. Neste ano foi total e o Vasco soube celebrar o seu dia como ninguém. Nunca vi tamanha alegria por fazer anos! Os carinhos que recebeu de todos - quer na escola, quer em casa, são reveladores do quanto ele é querido, e eu senti-me profundamente  realizada (e profundamente grata)... Afinal de contas, o meu desejo de fazer do seu caminho, o mais feliz possivel, tem sido uma realidade.
É com uma alegria imensa que olho para trás e vejo que o meu filho tem 10 anos de vida FELIZ!
Nestes 10 anos os momentos mais dificeis que existiram, foram na verdade "criados" por nós, pelas expectativas que normalmente todos os pais têm do filho modelo, standarizado, padronizado...perfeito;  e pelos pensamentos que daí advêem e que na altura tivemos. Ter um filho diferente, não é uma sentença de morte, nem um prognóstico de infelicidade. Pode ser-se muito feliz, mesmo com as diferenças, e com os obstáculos que a sociedade impõe, quando se "foge à regra". E o curioso é que tem sido ele, ainda que com as suas supostas limitações, quem mais nos tem "ensinado" a ver as coisas de um outro prisma... com outros olhos! Com olhos de esperança luz a cor, com olhos de positivismo e boa disposição. Tem sido ele com a sua alegria absolutamente contagiante  que nos tem ajudado a aceitar a vida na sua plenitude e tudo o que ela trás!

Que faças muitos, meu filho, com saude e alegria! Que faças tantos quantos Deus queira e que seja possivel eu dizer sempre a mesma coisa...  Que és feliz (è só isso que eu desejo)!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

FOTO DA SEMANA

Não resisto mais uma vez, a deixar aqui uma "porta aberta" ao maravilhoso mundo dos escoteiros - concretamente o grupo de vialonga (189) - porque preciso partilhar a alegria de ver o meu menino com BONS AMIGOS!

http://alcateia189vialonga.blogspot.com/2012/01/ola-lobitos-na-actividade-do-passado.html?showComment=1328132689132#c2833238692661465400

Este é o seu blog, e foi esta a fotografia que me fez as delícias da semana! Sobre as palavras postadas não consigo dizer muito... elas falam por si e qualquer pessoa com sensibilidade consegue entender a dimensão com que me "atingem"!


(P.S.: "Chinchila", é o nome do Vasco no grupo, e ele é menino da direita, com boné e o cabelo mais comprido)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

UM OUTRO PAI

Escrito por Miguel Palha  
(Pediatra do desenvolvimento; Dir. Centro Desenvolv. Infantil Diferenças)
- É este o médico que inicialmente  acompanhou o Vasco e que hoje gostamos de  consultar esporádicamente; foi no seu consultório que se desenvolveram as primeiras terapias, e foi ele a primeira pessoa a dar-nos alguma esperança e a incutir-nos que desde os primeiros momentos temos de arregaçar mangas e lutar! Foi este médico que nos confirmou o diagnóstico, e tivemos sorte em ter sido este, porque o fez da maneira mais correcta que já alguma vez ouvi. Foi este médico e foi assim, talvez porque também ele é pai... e é pai precisamente como nós somos. Por isso, e pela importancia que isso têve na altura para nós, estou e estar-lhe-ei sempre grata, Dr. Miguel)!


"Se a coisa importante é a utilidade social temos de começar reconhecendo que a criança é inútil, E Entre nós inutilidade é nome feio. Já houve tempo em que ela era a marca de virtude.
O pai orgulhoso e sólido olha para o filho saudável e imagina o futuro. – Que é que você vai ser quando crescer? Pergunta inevitável, necessária, previdente, que ninguém questiona.
– Ah! Quando eu crescer, acho que vou ser médico!
A profissão não importa muito, desde que ela pertença ao rol dos rótulos respeitáveis que um pai gostaria de ver colados ao nome do seu filho (e ao seu, obviamente)... Engenheiro, diplomata, advogado...Imagino um outro pai, diferente, que não pode fazer perguntas sobre o futuro. Pai para quem o filho não é uma entidade que «vai ser quando crescer», mas que simplesmente é, por enquanto... É que ele está muito doente, provavelmente não chegará a crescer e, por isso mesmo, não vai ser médico, nem mecânico nem ascensorista.
Que é que seu pai lhe diz? Penso que o pai, esquecido de todos «os futuros possíveis e gloriosos» e dolorosamente consciente da presença física, corporal, da criança, aproxima-se dela com toda a ternura e lhe diz: «Se tudo correr bem, iremos ao jardim zoológico no domingo...»
É, são duas maneiras de se pensar a vida de uma criança. São duas maneiras de se pensar o que fazemos com uma criança.
Eu me lembro das propagandas curtinhas que se fizeram na televisão, no ano da criança deficiente, para provar que ainda havia alguma esperança, para dizer que alguma coisa estava sendo feita. E apareciam lá, na tela, crianças e adolescentes, cada um excepcional a seu modo, desde síndrome de Down até cegueira, e aquilo que nós estávamos fazendo com eles... Ensinando, com muito amor, muita paciência. E tudo ia bem até que aparecia o ideólogo da educação especial para explicar que, daquela forma, esperava-se que as crianças viessem a ser úteis socialmente... E fiquei a perguntar-me se não havia uma pessoa sequer que dissesse coisa diferente, que aquelas escolas não eram para transformar cegos em fazedores de vassouras nem para automatizar os portadores de síndrome de Down para que aprendessem a pregar botões sem fazer confusão... Será que é isto? Sou o que faço? Ali estavam crianças com necessidades especiais, não-seres que virariam seres sociais e receberiam o reconhecimento público se, e somente se, fossem transformados em meios de produção. Não encontrei nem um só que dissesse:
«Com esta coisa toda que estamos fazendo, esperamos que as crianças sejam felizes, dêem muitas risadas, descubram que a vida é boa... Mesmo uma criança especial pode ser feliz. Se uma borboleta, se um pardal e se uma ignorada rãzinha podem encontrar alegria na vida, por que não estas crianças, só porque nasceram um pouco diferentes...?»Voltamos ao pai e ao seu filhinho. Que temos a lhes dizer?
Que tudo está perdido? Que o seu filho é um não-ser porque nunca chegará a ser útil socialmente? E ele nos responderá:
«Mas não pode ser... Sabe? Ele dá risadas. Adora o jardim zoológico. E está mesmo criando uns peixes, num aquário. Você não imagina a alegria que ele tem, quando nascem os filhotinhos. De noite nós nos sentamos e conversamos. Lemos estórias, vemos figuras de arte, ouvimos música, rezamos... Você acha que tudo isto é inútil? Que tudo isto não faz uma pessoa? Que uma criança não é, que ela só será depois que crescer, que ela só será depois de transformada em meio de produção?
E eu me pergunto sobre a escola... Que crianças ela toma pelas mãos?
Claro, se a coisa importante é a utilidade social temos de começar reconhecendo que a criança é inútil, um trambolho. Como se fosse uma pequena muda de repolho, bem pequena, que não serve nem para salada nem para ser recheada mas que, se propriamente cuidada, acabará por se transformar num gordo e suculento repolho e, quem sabe, num saboroso chucrute. Então olharíamos para a criança não como quem olha para uma vida que é um fim em si mesma, que tem direito ao hoje pelo hoje... Ora, a muda de repolho não é um fim. É um meio. O agricultor ama, nas mudinhas de repolho, os camiões de cabeças gordas que ali se encontram escondidas e prometidas. Ou, mais precisamente, os lucros que delas se obterão... utilidade social.
Reconheçamos: as crianças são inúteis...
Entre nós inutilidade é nome feio. Já houve tempo, entretanto, em que ela era a marca de uma virtude teológica. Duvidam? Invoco Santo Agostinho, mestre venerável que declara em De Doctrina Christiana: «Há coisas para serem usufruídas e outras para serem usadas». E ele acrescenta: «Aquelas que são para serem usufruídas nos tornam bem-aventurados.» Coisas que podem ser usadas são úteis: são meios para um fim exterior a elas. Mas as coisas que são usufruídas nunca são meio para nada. São fins em si mesmas. Elas nos dão prazer. São inúteis.Uma sonata de Scarlatti é útil? E um poema? E um jogo de xadrez? Ou empinar papagaios?
Inúteis.
Ninguém fica mais rico.
Nenhuma dívida é paga.
Por que nos envolvemos nessas actividades, se lhes faltam a seriedade do pragmatismo responsável e os resultados práticos de toda actividade técnica? É que, muito embora não produzam nada, elas produzem o prazer.
O primeiro pai fazia ao filho a pergunta da utilidade: «Qual o nome do meio de produção em que você deseja ser transformado?» O segundo, impossibilitado de fazer tal pergunta, descobriu um filho que nunca descobriria, de outra forma: «Vamos brincar juntos, no domingo?»

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O MAIOR AMOR

Recordo ter dito à enfermeira da sala de partos, na noite do nascimento do Vasco, que nunca mais me apanhariam ali. Disse-o convicta, mas em desespero de causa dado que o momento estava a ser insurportávelmente doloroso! A verdade é que realmente nunca mais me apanharam por lá, e provavelmente nunca mais me apanharão! No entretanto destes quase 10 anos, o desejo de ser de novo mãe quase me conseguiu demover daquela convicção dita instintivamente na maternidade, mas não foi suficientemente forte para se sobrepôr aos medos... E eles foram e são tão grandes... (tão imensamente maiores que o desejo)!
Recordo antes de ser mãe, pressentir a "fraqueza" inerente a esse ser - um filho afigurava-se-me como algo grandioso, (talvez demasiado grande)! Parecia-me uma responsabilidade única, algo que não se pode ser de animo leve. Um filho representava para mim, eventualmente o feito mais sério da vida - Ser reponsavel pela formação e criação de um novo ser; deixar o eu para um plano secundário que jamais retorna ao seu lugar. Esta intuíção, fazia-me pensar que seria mãe um dia, mas que deveria ser o mais tarde possivel. Que fosse quando a minha vida atingisse o ponto máximo da estabilidasde e maturidade, que me permitisse antes de tudo, pôr-me de lado e depois, ser capaz de criar um ser humano de verdade e dar-lhe o melhor de mim - estar à altura de fazê-lo!
Nos primeiros dias que vi o meu filho, choreí porque olhando para ele, sentia-me de certa forma incapaz de responder a tal desígnio! Sentia-me pequena demais para aquele desafio, mas com o passar dos dias, o instinto maternal e o irrepreensível amor do pai que estava sempre a meu lado, desmistificou o meu sentir. Os receios deram lugar a uma infinita felicidade e à certeza de que um filho faz-nos crescer e torna-nos do tamanho necessário, preenchendo-nos dos maiores sonhos e da esperança mais doce de que tudo será enfim, perfeito!
Mas nem sempre é assim, numa grande parte da vezes não é assim... e pelos mais diversos motivos, o sentimento que mais pesa apartir do momento em que nos tornamos mães/pais, é o da preocupação. Uma preocupação constante que incomoda, que por vezes angustia e contra a qual temos de lutar para tentar manter menor que nós, sob pena de facilmente descompensar-mos. Poucas coisas têm a capacidade de me "abanar" como aquelas que se relacionam com o meu filho... Ele è sem dúvida o meu grande "calcanhar de Aquiles".

Há dias, ouvi da boca de uma amiga (uma excelente mãe de 2 crianças ditas normais), que se soubesse o que sabe hoje, nunca teria tido filhos! No momento que ela me disse estas palavras, rebenteí de alívio e expurgueí-me das culpas de algumas vezes em silêncio, também pensar assim! Afinal não sou só eu que tenho este tipo de  pensamento.
Nesta pequena conversa de amigas percebi, acima de tudo, que  não sou assim tão diferente... Afinal de contas há outras mães que sentem como eu  e não tem nada a ver com a diferença que possa existir.
Posto este desabafo mútuo de amigas e mães, concluímos que um filho é sempre um filho seja ele como for e se somos mães de verdade - de corpo e alma, a preocupação perseguir-nos-á sempre, apartir do momento em que ele é concebido! 

Claro que à parte destes desabafos, ter tido um filho, também significou para mim, (e concerteza para todas as mães), a honra de saborear um amor maior!
Creio, aliás que é o MAIOR AMOR de todos no mundo, e apesar das preocupações, daria facilmente a minha vida por ele!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

RESET

Passadas as festividades, e já com a poeira assente, retornam a tranquilidade dos dias banais e o conforto de poder de novo aproximar-me do mundo mais normalizado. Confesso que por uns dias fugi o mais possivel, e esperava que de novo a inspiração me invadisse, para poder escrever com gosto tudo o que me vai na alma na sua vertente mais optimista. Mas não tem sido assim, a cabeça fervilha como sempre, mas nem sempre de coisas que me pareçam merecedoras partilhar. Nada de relevante, apenas a rotina dos dias que correm demasiado rapidamente com as mesmas preocupações, receios e algum desencanto extra,  motivado em parte pelo meu "estupido" interesse em noticias, actualidades e outras vidas que me rodeiam e das quais seria optimo que eu conseguisse desligar de vez em quando. Como não o faço e ainda lhe acrescento os meus proprios anseios, a coisa complica-se sobremaneira cá dentro e o cenário não brilha como eu gosto.

Preciso fazer um reset, para equilibrar esta luta de forças, e voltar de novo a encarrilar naquele caminho de luz e cor que sempre me caracterizou, chovesse ou fizesse sol.  No fundo, pouco podemos fazer contra o clima da vida - sempre existirão dias de chuva e de sol - a diferença somos nós que fazemos através dos olhos com que vemos as coisas... (Mas o pior é que não tenho a certeza absoluta desta máxima).  
 
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