segunda-feira, 31 de maio de 2010

OUTRAS VIDAS III



Deixo-vos a sugestão de um livro extraordinário, relatado de forma doce, sensível, profundamente humana e real. Pura e simplesmente adoreí ler este livro e perceber que por detrás de alguns médicos, existem grandes homens.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

CENSURADOS


Os olhos também falam e podiam tantas vezes estar calados. Além de fazerem bastante melhor figura, ferem os que por eles se sentem inutil e estupidamente julgados.
Já não lhes dou ouvidos como antigamente, mas ainda me questiono sobre a ignorância que sem pingo de vergonha, se continua pavoneando por aí. Olhares que se julgam sábios, conhecedores... de quem já sabe tudo e pretende com a sua douta sabedoria punir quem foge à etiqueta do normal, apenas com um olhar cheio de censura que tão fácilmente nos arremessam.
Os olhos também falam... basta sairmos à rua e levarmos os nossos filhos Autistas, para ensurdecermos com as vozes acusadoras!

Recordo-me que de inicio não imaginava tal insensibilidade e pasmeí por passar a conhece-la. Recordo porque quem assim não julga, não pensa que possa vir, a ser assim julgado.
Mas o tempo trás consigo a clareza das coisas e ajuda-nos a relativizar estas atitudes, e até a compreende-las...
Compreendo que os comportamentos excentricos podem causar repulsa, naqueles que não os entendem imediatamente como sinais de eventual perturbação, e que por isso os enquadram automaticamente na esfera da falta de educação. (Ainda assim, acredito que os espírito mais humildes e atentos, reflectem primeiro, e já não acusam depois).
Compreendo, que não se relacione a perfeição fisica e fisionómica, tantas vezes acima do vulgar, com uma perturbação como o Autismo - São concepções erradas que se vão enraizando nas sociedades e que teimam em impôr-se como verdades.
São estas concepções que é urgente mudar, e é para mudá-las que também ando aqui, me sinto viva, me sinto forte e com um grande objectivo - eu e muitos mais no mesmo caminho! Talvez um dia nos cansemos porque não conseguiremos nunca mudar o mundo, mas alguma coisa mudaremos, porque olhando para trás, verifico com felicidade que tanta coisa importante mudou já.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

CARAS E CARETAS

terça-feira, 25 de maio de 2010

Salas estruturadas nas escolas ajudam crianças autistas - Portugal - DN

Salas estruturadas nas escolas ajudam crianças autistas - Portugal - DN

É com este método que o Vasco aprende e evoluí, com este método e com o insubstituível amor, e apoio das professoras e assistentes na respectiva unidade de ensino estruturado e professora do ensino regular, na escola que frequenta pelo segundo ano. Sem elas, sem o seu excelente desempenho, e dedicação e o método não funciona. O Vasco tem progredido imenso e cada vez consegue maior autonomia na sala da turma do ensino regular - isto é resultado de uma série de factores que apenas produzem efeito positivos porque se enquadraram e se apoiaram numa mesma direcção. Os métodos são importantíssimos e este apresenta de facto resultados, quando os profissionais, a multidisciplinariedade e a empatia que é necessário criar, também se encontra e existe neste cenário. Pelo que como primeiro passo, a legislação criada foi preponderante, mas não resultaria, sem uma verdadeira entrega e aceitação deste desafio, por parte dos professores - tanto do ensino especial, como do ensino regular. Em grande parte, está nas mãos destes profissionais, o melhor sucesso possivel destes meninos, que rápidamente serão adultos mais ou menos autónomos amanhã. Tenho a convicção de que a grande recompensa destes profissionais é irem vivenciando a experiencia daquilo que floresce através dessa entrega, e esforço diário. Mas no fim das contas acredito que estas experiencias, sejam porventura na vida de cada um destes professores, das coisas mais gratificantes que tiveram no seu percurso. (Assim todos abrissem as portas e o coração à diferença)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

"PEQUENOS" CONTRASTES


Hoje conto-vos uma pequena "história":

Supermercado cheio, pessoas atarefadas às compras, procurando principalmente bens essenciais - (precisamos sempre de comer). Várias caixas para efectuar os pagamentos. Numa delas, duas mulheres com idades semelhantes, mas rostos diferentes... A da frente, não precisou de carrinho, nem tão pouco de cesto - iria gastar pouco. Com os codigos de barras, passam pela registadora, uma cebola pequena e um tomate. Tinha um euro na mão e no pensamento um receio enorme que não chegasse. A operadora informa que são quarenta centimos, transparecendo de imediato na cliente, um obvio alívio:
- Ah, e eu a pensar que não chegava! (Chegou, e ainda sobrou, que sorte).
A Assistir a isto, a mulher imediatamente a seguir - cesto cheio, tão pouco precisou de carrinho, mas sem duvida um contraste inquietante. Frutas de varios tipos, legumes a peso na balança, azeitonas e pão. A operadora informa o valor, transparece uma expressão relativamente tranquila no olhar... mas o coração aperta-se-lhe e o pensamento angustia-se.
Duas mulheres, as mesmas necessidades, percursos de vida diferentes....


Nesta história sem "moral", o final não é feliz, nem infeliz, apenas porque esta é uma história real. Desconheço totalmente a identidade da senhora da frente. A senhora de trás era EU! Nesse dia foi dificil tranquilizar o meu espírito, pela vivencia de tão evidente contraste, mas sobretudo pela minha "vergonhosa" inacção! Costumo sentir-me uma pessoa sensível ao que se passa em meu redor, e interventiva sempre que possivel. Podemos e devemos sempre intervir nestas situações, até porque hoje pelos outros, amanhã por nós mesmos. Ninguém tem o destino nas mãos e a vida dá voltas que nem sempre esperamos. Tendo tudo isto em mente, como fui eu deixar passar tal evidencia?
No fundo serviu para que eu olhe para mim mesma e perceba que por vezes andamos tão distraídos com os nossos problemas que não olhamos para os lados - chama-se a isto distracção ou egoísmo? Seja lá o que for, é algo definitivamente a melhorar em mim.
No fundo serviu para eu entender que ainda me falta muito para crescer e evoluir, porque estas distrações ajudam à manutenção do nosso mundo, tal como ele hoje está, e eu acredito que ele pode vir a ser um mundo muito melhor. Mas acreditar não chega, é preciso agir!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O MEU BONECO!


Agora sim, pode dizer-se que começou o calor a sério - pelo menos por estes dias, a coisa vai aquecer bastante. Fico com outra inspiração e força. É o poder do sol, que ninguém duvide! Goste-se mais ou menos, a sua luz e o seu calor, têm poderes absolutamente mágico em nós.
Entre as muitas coisas que me apetece fazer por estes dias, há uma que é também necessária: pensar que, dado aquilo que o meu Vasco cresce a cada ano, tenho que comprar-lhe umas roupitas:-)))) Coisa que, confesso, adoro! Não é consumismo desenfreado, se bem que tenho de segurar os meus ímpetos, é mesmo porque a cada ano, pouca coisa do anterior, lhe serve.
Assim, lá vou eu - (agradecendo a Deus ainda ir podendo fazê-lo), e com aquela satisfação de adolescente, que vai agora mesmo, mudar todo o seu guarda roupa.
Entro nas lojas e escolho cada peça com uma felicidade que se alimenta da visão, que de imediato tenho, do meu menino com elas! Escolho as cores mais alegres, os tamanhos que melhor assentam, e procuro que haja harmonia na conjugação do estilo e das cores entre si - procuro que as meias combinem sempre com as cuecas considerando também os tons das restantes peças. Tudo é pensado ao pormenor. Por fim, muitíssimo importante, é o calçado - não pode limitar-lhe nenhum movimento, nem magoá-lo por ser novo... tem que ser de qualidade para durar toda a estação e respeitar a estrutura óssea dos seus pés, ainda em crescimento. Também gosto que o que ele calça, tenha a ver com aquilo que veste. Parece uma coisa simples ou futil, mas para mim não é. Quero que sinta conforto, quero que se sinta bonito e único, quero que se sinta livre - que nada o impeça de correr, saltar, jogar à bola, e sobretudo quero que se sinta acariciado, quando a roupa que lhe escolho com tanto amor, lhe toque em cada poro da pele.
Parece fútil e banal, mas para mim não é... Comprar roupa para o Vasco é como que voltar aos tempos de criança e vestir o meu boneco, que é o unico que me deram e pelo qual sinto um orgulho imenso! Na realidade é mesmo como se estivesse a vestir o MEU boneco... (e estou)!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

UMA QUESTÂO DE FÉ


Tenho andado absolutamente impressionada com a forma como a vinda do Papa Bento XVI mobilizou milhares e milhares de pessoas, levando algumas a expressarem inclusivamente uma emotividade que muito respeito, mas que por mais que eu tente, não consigo na sua totalidade compreender. Acima de tudo respeito... Não tem mal nenhum que se emocionem com a personalidade em questão, é até muito positivo! Por certo é ignorância minha e desconhecimento de causa. Francamente não estou familiarizada com as atribuíções que se devem ao sumo pontífice... provavelmente é um grande homem e com grandes feitos realizados em prol da humanidade, de outra forma não despertaria tanta emoção. Prometi a mim mesma, nestes dias, debruçar-me sobre o assunto, porque me alimento da bondade dos outros e é sempre bom conhecer as acções daqueles que na prática se dedicam a fazer bem numa sociedade inteira que depois, justamente venera a pessoa que a pratica. Debruçar-me-ei para conhecer a sua obra (Se alguém me puder ajudar nestas informações, eu humildemente agradeço). Até lá, admiro e emociono-me com as obras daquelas pessoas que conheço - personalidades conhecidas, outras nem tanto: amigas que guardo no peito pela mão que sempre têm para dar aos outros; voluntários em causas "perdidas" que mais ninguém apoia; missionários religiosos ou não que dedicam as suas vidas aos que mais precisam por este mundo fora... tanta gente boa que ninguém venera... mas pouco importa, porque quem é bom por natureza, também não vive para louros. Pouco importa que não lhes reconheçam as virtudes, porque no fim das contas, é Deus quem nos "julga". A minha fé é esta - um Deus, uma força maior, transcendente, um criador, uma energia que nos move, que nos enche de alegria, e que nos segura na tristeza ... A minha fé é nas pessoas, nas suas acções diárias, pequenas, simples mas grandes e profundas... Emociono-me muitas vezes com pessoas assim!
Hoje estou em pensamento filosófico, existencial e espiritual, porque pensando nos valores que proclamam os representantes do vaticano e da igreja católica - que são valores de generosidade, de amor ao próximo, de misericórdia, de solidariedade e de fé - é com extrema alegria que vejo tantos milhares de pessoas que partilham desses ideais e portanto presumo que os pratiquem no seu dia a dia! (Talvez eu tenha andado algo distraída porque não me tenho apercebido de tanta generosidade assim - realmente tenho que andar mais atenta, considerando as emoções a que assisti hoje pela televisão).

quarta-feira, 5 de maio de 2010

RITUAIS TERAPEUTICOS


A hora de deitar do Vasco, é escrupulosamente cumprida e é precedida por uma série de rituais! Contamos uma história, falamos do dia que passou, ouvimos musicas, brincamos, e mimamo-nos como se fosse acabar o mundo! Não há cansaço que nos possa demover dos nossos bocadinhos diários ao deitar. São rituais transformados em rotina, talvez pela imposição das nossas particulares condições de vida. Por vezes penso, não fosse termos conhecido uma determinada adversidade e talvez nunca disfrutassemos a fundo destes belos momentos de prazer! Estabelece-se uma certa ordem, um ambiente calmo e afável que nos tranquiliza e proporciona uma consistente sensação de felicidade em casa, em familia - é este o nosso grande Objectivo... e penso que é o objectivo de todos os pais, com ou sem diferença pelo caminho! No entanto, pelo que vou observando nem sempre as vidas permitem reservar estes momentos de partilha com os filhos... Pelo que vou observando, muitos pais estão demasiado cansados à hora de dormir dos seus filhos - a vida é muito stressante! Outras vezes a cabeça de alguns pais, está demasiado cheia para ouvir os filhos nas suas incessantes questões existenciais, ou na necessidade de partilhar um grande dia - quase sempre ausente dos pais... e como resposta a esta "maçada", mandam os filhos calar, dizendo: "já não te posso ouvir"! E eu compreendo que este cansaço, é perfeitamente humano - mas não nos é permitido a nós cá por casa, e também não devia sê-lo em casa nenhuma, porque existem necessidades que são transversais a todas as crianças - o afecto e atenção, por exemplo, são imprescindíveis ao seu bom desenvolvimento. Mas o que aqui quero manifestar sobretudo, é que estes "bocadinhos" de tempo com os nossos filhos, tambem são profundamente terapeuticos para nós, pais!

Um outro Olhar - Diversidade e Inclusão - Eder Puchalski

segunda-feira, 3 de maio de 2010

MUSICA PARA HOJE

Amanhã é outro dia!

domingo, 2 de maio de 2010

AS MAIS VALIOSAS PALAVRAS





Ser Mãe é vida...
É carne e sangue, riso e choro, É dor e alegria!
É um desespero e uma acalmia...
Ser mãe é ser sempre mais além...
É arvore que morre de pé, é o rochedo que permanece,
É caminho sem retorno, e tantas vezes, é um amor que enlouquece!

P'l Mãe Cristina
 
Web Statistics