
Sexta feira, parte da tarde... liga-me o pai e diz-me:
- Afinal a actividade dos escoteiros para este sábado é pernoitarem num acampamento... A partida é às 8 h de sábado, dormem no acampamento e terminam a actividade às 18 h de domingo. Que dizes?
De repente accionam-se-me internamente todos os alarmes do mais básico instinto maternal, e eu apenas pergunto:
- Mas e o que dizem os chefes do grupo... não levantam objecções? O Vasco já poderá acompanha-los num acampamento?
- Sim, faleí com a chefe que me disse que essa questão nem se punha, apenas não podiamos chegar tarde, e tinhamos que cumprir escrupulosamente com a lista de "mantimentos" solicitada.
As "portas" estão completamente abertas, e o misto de sensações é grande, porque não estamos familiarizados com tão pura receptividade, ainda para mais em tão pouco tempo!
Agora é entregar o nosso menino e deixá-lo VOAR! Confiar, acreditar e saborear mais este passo.
É só ultrapassar todos os receios e medos que nos dominam, porque vai tudo correr bem!
Mantenho os "alarmes" ligados; liga-se-me também (automáticamente), o botão da "misturadora cerebral" e as ideias andam aqui de um lado para o outro de uma forma quase incontrolável, mas não dou parte fraca e mantenho-me firme no silêncio dos meus pensamentos... apenas o pai me conhece e me desmascara.
Entre alegres sorrisos, lá fica o nosso "explorador campista", o nosso escoteiro, e nós ficamos agora, apenas um com o outro desabafando os mais intímos pensamentos.
Estou tão feliz, mas este aperto no peito, esta insegurança, este sentir que metade de mim não está aqui, também é tão forte!
Estou tão feliz, mas este desafio expôs agora mesmo toda a fragilidade que sinto desde que me torneí mãe, e muito mais ainda, desde o dia em que soube que o meu menino é e provavelmente será sempre, uma criança/adulto especial.