
Congratulo-me com a oportunidade de poder ter estado presente porque considero o acontecimento da mais elementar importância, porquanto é no parlamento que se tomam todas as decisões e que se delineiam caminhos. O manifesto interesse daquele grupo de trabalho, em ouvir os principais intervenientes no processo de inclusão das pessoas com especiais necessidades, é na minha opinião – além de imperioso – FUNDAMENTAL.
Durante aproximadamente 6 horas, abordaram-se praticamente todos os pontos vitais, relativos ao paradigma de ter nas escolas do nosso país, uma resposta justa e adequada, para com a diversidade – O ideal da existência de uma escola para TODOS - consagrado na constituição Portuguesa e assinado pelos mais altos responsáveis do nosso país em mais do que um tratado internacional… objetivo que, como é do conhecimento geral, está ainda longe de atingir.
Discutiram-se boas práticas e práticas menos boas… Confesso que lamentavelmente a maioria não são as desejáveis, e confesso também que senti revolver-se-me a ferida, com alguns relatos de situações que persistem ocorrer com estas crianças (para nem falar dos adultos, que entretanto como são de outros tempos, perderam o “comboio” da inclusão).
Colocaram-se dúvidas, desorientação perante algumas omissões do Decreto-Lei, receios quanto ao futuro, critica às tentações economicistas incompatíveis com o objetivo, etç., mas acima de tudo debateu-se o assunto perante quem decide sobre as nossas vidas, muitas vezes sem conhecimento do seu correspondente quotidiano. E ficou a certeza da continuação deste “trabalho” (a acontecer em Maio).
Senti - no decorrer de cada momento e nas palavras da maioria daqueles que quiseram participar - a emoção de estar perante pessoas que se interessam e lutam pelo tema. Senti emoção nas palavras e no sentir de professores, terapeutas, representantes associativos de vários quadrantes, diretores de colégios, dirigentes sindicais, deputados, e PAIS… (Nós também estivemos lá)! E não, não estamos sozinhos. Podemos (legitimamente) sentir que somos poucos, que temos pouco quem nos apoie, quem considere e olhe para as nossas dificuldades, mas efetivamente sempre existe quem caminhe connosco.
Trago a convicção de que este caminho é longo e a certeza (que já tinha), de que o processo de inclusão trás consigo a exigência da necessidade de uma articulação quase perfeita entre os vários e distintos intervenientes – (com diferentes interesses, caracteres, e sensibilidades) - que não se me afigura de fácil execução. Contudo, (por defeito) inclino-me a olhar com esperança para a frente e a valorizar o que até aqui se atingiu (resultado da luta de outros), e nesta perspetiva acreditar que da mesma forma o caminho será em direção a mais e melhor Luz. Não pode ser diferente!
Aos pais digo: Há que acreditar, pensar positivo e não resignar nunca. Compete-nos, por destino, por missão e sobretudo por amor, essa obrigação.
Aos professores, terapeutas, e auxiliares (que verdadeiramente se empenham): A minha mais sincera gratidão e o pedido para que não desistam, não se deixem enrolar na espiral da desmotivação e descontentamento pelas dificuldades que bem sei, tantas vezes vos surgem – JUNTOS havemos de ir subindo cada vez mais degraus e só nós sabemos a felicidade única que isso também proporciona.
Para terminar, e já no final de um dia, (digamos que), intenso, chego a casa e recebo – daquele que é o motor do muito que sou e faço hoje – um sorriso absolutamente maravilhoso, um abraço efusivo com os mais doces beijos, e estas 3 palavrinhas mágicas:
- Mamã, mamã, chegaste!