terça-feira, 14 de setembro de 2010

UM DIA DE CADA VEZ


No outro dia, dei comigo, a observar o meu filho, e pela primeira vez, a pensar séria e profundamente, como podería vir a ser o futuro... O dele, o nosso.
Foi como se a minha cabeça se tivesse abstraído de tudo, desligado dos rótulos, da condição, da crise na sociedade e no mundo, dos nossos caminhos... e num flash materno instintivo e natural, deí comigo a perguntar.
Esqueci-me, porventura, que tal pergunta me devia estar "vedada"... Esqueci-me, por momentos que devo viver é um dia de cada vez. Já o tinha aprendido à muito. Como é que me fui esquecer deste sábio ensinamento da vida? Um-dia-de-cada-vez, feliz pelos exitos já alcançados, grata por ter-mos tanta sorte em tantos aspectos... e viver Só o dia a dia, saboreando-o.
Felizmente o estupido instante foi tão rápido, que não chegueí a "vestir a camisola", e tão pouco tive tempo para reflectir na forma como ela me iria servir se eu tivesse dado largas à dita pergunta.
Dizem que há perguntas que não se devem fazer... E há mesmo.
Sei que posso sonhar, e imaginar. Sei que o meu menino me continuará a dar alegrias a cada dia. Posso-se pensar positivo e esperar ir-mos subindo mais degraus, mas colocar destas questões "difíceis", (que talvez pareçam simples para tantas pessoas), sei bem que não devo.
Mais tarde é que fui avaliar bem, que raio é que me tinha dado!
Talvez fosse porque por vezes, caio naturalmente na tentação de olhar para o meu menino sem "distinção" - "desprezando" um diagnóstico, vendo-o apenas a ele... Talvez para mim ele seja sómente o meu filho e eu a mãe - que conforme tantas outras - se preocupa com o futuro.
Mas lá volteí ao meu bom senso, e percebi a alarvidade deste meu pensamento! As ideias são mesmo assim, e que atire a primeira pedra, quem não se "desvia da sua linha", algumas vezes na vida. (São uma espécie de brancas que nos dão, de vez em quando)!
Valeu-me o seu maravilhoso sorriso, valeu-me aquele brilho nos olhos e uma montanha de abraços e beijihos bem repenicados, para me trazer de volta à terra, sentir-me feliz e no fim das contas, concluír:
Que orgulho é ter um filho que mesmo com as suas limitações, tem tantas capacidades! Como quando neste meu momento de "abstração", me chamou à razão, apenas no silêncio das suas expressões, dos seus abraços, dos beijos e toda a sua alegria;
Tantas capacidades, como quando no esforço das suas conquistas me vai permitindo sonhar e ser feliz...
Este filho tão especial que tem revolucionado a minha cabeça, (que em tempos era tão mais superficial), e me faz capaz de ser esta mãe abnegadamente dedicada, que eu hoje sinto, ter conseguido ser.
Por ele, sinto-me tantas vezes especial!!!

6 comentários:

Fê blue bird disse...

"UM DIA DE CADA VEZ!"
Todos os dias religiosamente tento seguir este sábio conselho.
Digo tento, porque a "tentação" de o esquecer, de vez em quando lembra-se de me atormentar.
Mas tal como à amiga, felizmente passa depressa ;-)
Os filhos fazem-nos especiais e isso é que é realmente importante, quanto ao futuro...
" A DEUS PERTENCE "

Beijinhos

Atena disse...

É mesmo FÊ, de vez em quando
somos "atormentados"...
Abraço para si.

Mina disse...

Linda pensar no futuro ,nem sempre é mau criar objectivos e ter sonhos para os nossos filhos ainda que eles possam não vir a concretizar-se...
Temos de ter uma meta, ainda que ás vezes seja tão útopica que só nós mães acreditamos...
Mas deixai-nos sonhar e ter vontade de alcançar, esses momentos dão-nos força para lutar e não baixar o braços, temos que ter essa força para nos motivar...
E fazer planos para as várias etapas porque temos de passar, eu já não diria um dia de cada vez, já alargo ás várias etapas da vida.
E se o futuro ainda me assusta. Assusta. Mas não me irei deixar levar isso só quando Deus me vier buscar...
Bjocas

Marlene disse...

Sente-se e é especial!
Eu acredito que crianças como o seu Vasco, a minha maninha, e tantas outras que há por aí, nascem com uma missão (como qualquer um de nós). Mas a deles é especial... a deles é mostrar ao mundo que na diferença, somos todos iguais. Que seria do arco-iris, se fosse todo amarelo??? Não seria arco-iris! Ora, a sociedade "obriga-nos" a sermos cada vez mais mecânicos, apressados, a viver o "aqui e agora". Estes meninos mostra-nos que a paciência é uma grande virtude e que o tempo define-se em função das capacidades de cada um. Tenho a certeza que, com o seu Vasco, é uma mãe feliz e realizada! Parabéns**

Homesick Green Alien disse...

Atena: é apenas natural e humano preocuparmo-nos com o futuro dos nossos filhos. Sim, viver um dia de cada vez, estar presente, dar tudo em cada momento, comprometermo-nos... Mas planear, projectar o futuro, sonhar, também faz parte da vida e logo tb faz parte do 'viver um dia de cada vez'. Nisso, todos os filhos são (ou deveriam ser) iguais. Na felicidade que nos dão, nas preocupações presentes ou futuros que os proporcionam e nas expectativas que vão criando.

No fundo julgo que este post é um belo ensaio sobre a famosa dualidade com que nos deparamos amiúde na vida (pelo menos, a mim fez-me pensar nisso): a razão vs a emoção. Razão e emoção, lado a lado... e não razão ou emoção em contraponto. Há que dar atenção a ambas as facetas. E nesse equilíbrio tentar praticar o amor paternal da melhor forma possível.

Nota: adorei o ultimo parágrafo do post.

Um bom fim-de-semana e até à próxima

su disse...

outro dia, ao fazer zapping, parei num filme de animação. chamava-se kung fu panda.

eu só vi esta pequena passagem em que o mestre dizia ao panda:"o ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é uma dádiva. é por isso que se chama presente..."

um dia de cada vez, passo a passo... e o caminho é feito ^_^

 
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