quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A NOSSA FORÇA E A FORÇA DA CORRENTE

Dizem e com toda a propriedade, que nenhum filho traz manual de instruções... Não traz e os desafios são tantos... O caminho à frente é tão incerto que fazer opções, (tomar atitudes e determinadas posturas), perante os mesmos, por mais pequenas que possam ser, é muitas vezes uma duvida angustiante.
- Fazemos o melhor que pudemos... mas o problema é fazermos o melhor que pudemos dentro daquilo que no fim, seja mesmo o melhor - que nem sempre sabemos e cujos meios/instrumentos, muitas vezes, não temos.
Não Sabemos, não há como saber... e muitas vezes não temos, nem temos mesmo como ter. Arriscamos, portanto... seguimos instintos, abrimos portas sem saber o que nos espera do outro lado - as coisas dependem sempre de muitas situações alheias a nós, do desconhecido, do imprevisível, dos outros... E no fim os resultados são e serão sempre fruto das opções e posições que tomarmos, com aquilo que temos. Isto é extremamente difícil, ingrato e algumas vezes inglório. É uma prova demasiado exigente que tem risco de extravasar as capacidades de quem tem à partida o desafio de educar, formar e fazer da vida dos filhos com condição considerada diferente, uma vida futura condigna. Mas, não vejo outro caminho...
Aceitar, dizem que nos dá tranquilidade, serenidade...
Mas aceitar o quê? Do que é que se fala quando se diz aceitar um filho diferente? Aceitar esse filho exatamente como ele é e decidir calmamente que se ele tem uma determinada forma de ser, estar e agir, tem de ser respeitada e não adianta muda-lo...?
A mim não me serve, não me traz tranquilidade nem serenidade - Nenhuma mãe aceita os filhos como os recebe à nascença e por isso, legitimamente luta em cada dia para mais e melhor capacita-los para a vida. Com as mães de filhos com alguma diferença, passa-se exatamente o mesmo - Não nos resignamos a uma aceitação conformista porque sabemos que eles - como todos - crescem, evoluem, aprendem, especialmente se houver verdadeiro "investimento" neles - da nossa parte (família) e do mundo.
Aceitar como eles são - sim, mas com a ambição que incumbe e assiste naturalmente a todos os pais e mães, de querer que sejam gente na sociedade! GENTE!
Mas a sociedade por vezes acusa-nos de queremos o impossível, de não vermos nem aceitarmos a realidade (normalmente a limitada realidade dos que assim pensam), de não nos resignarmos, de querermos mais, de queremos muito... Quando os pais/mães de filhos diferentes querem mais, não raras vezes são apelidados de utópicos, de sonhadores, de problemáticos, de estarem em processo de luto...
Esta miserável questão, entre a saudável ambição de querer mais para um filho diferente e a filosofia de uma parte da sociedade que nos rotula como mães em luto, que se aceitássemos, resignaríamos e seriamos mais felizes, enoja-me! Aceito há bastante tempo o meu filho tal como ele é, e por isso mesmo sei que tem potencialidades e capacidades pelo que lutarei por isso, mesmo que me queiram fazer sentir que estou em luto. O meu luto a existir prende-se com a constatação de uma parte demasiado grande da sociedade, me negar esses direitos, de mos tornar de acesso tão difícil, de mos fazer a cada instante mendigar por eles! É esse o meu luto, é isso que ainda não aceito com a devida calma e é isso que espero nunca vir a aceitar com calma nenhuma. Quero, como todos os pais, o melhor da vida para o meu filho, mesmo sabendo que o mundo é  "sometimes a horrible place to be"... Na verdade e a sê-lo, é-o para todos, mas também é verdade que somos nós todos, que vamos fazendo o mundo.
Hoje, aquilo que quero dizer às mães que eventualmente sejam colocadas em duvida pela força desta hipócrita "corrente" (como eu também por vezes sou), é que lutem, invistam, acreditem, mobilizem porque o que interessa são mesmo os nossos filhos e a nossa força, se começar a ser comum e visível, alguma influência tem no caminho dos nossos filhos! Além do mais, queria deixar algumas reflexões que por vezes ainda faço:  Se não formos nós a faze-lo, quem será? Se não o fizermos, estaremos em condições de esperar o quê dos outros?
(Depois e pessoalmente penso tantas vezes no orgulho que o meu filho pode ter em nós quando o fazemos!)

6 comentários:

Mina disse...

Onde, é que assino!? :)
Beijinhos

Atena disse...

Há muito que tens a assinatura feita, Mina! E eu atras dela tantas vezes :)Bj

Fê blue bird disse...

Minha querida amiga Atena, quantas saudades.
É isto que lamento na blogosfera, acabamos por nos envolver numa rotina que nos faz esquecer cantinhos e amigos tão preciosos. Por isso peço desculpa, pela minha ausência num espaço onde as palavras sempre me comovem pela força e pelo amor que transmitem.
Também tenho um filho diferente, sempre o soube mas só à dois anos lhe foi feito diagnóstico, e ele tem 28 anos! Epilepsia de ausência com algumas malformações cerebrais.
Tirou licenciatura e mestrado com muito trabalho e empenho, Investiu e investimos na sua melhor formação. Mas a sociedade, aquela que a amiga fala, fecha-lhe as portas estigmatizando-o, coisa que nunca fizemos e que tanto o magoa agora.
É muito frustrante minha amiga, por isso a compreendo tão bem.
Lutar, sempre! Mas nem sempre teremos essa força e depois ....

desculpe o desabafo

beijinho comovido

São disse...

Sei o que é trabalhar com crianças com necessidades educativas específicas e que o investirmos afectivamente ( e não só) nelas é a melhor maneira de as valorizarmos e fazer aproveitar ao máximo todas as sua potencialidades.

Desgraçadamente, a actual sociedade não se preocupa com pessoas , dá só importância a números e nada mais!

Abraço para vós

Anónimo disse...

Olá Atena!
Que bom saber do seu regresso! Já li os três posts e ficou para mim bem claro que continua a escrever com a qualidade e sensibilidade a que nos habituou. Esta é, para já, a grande notícia da blogosfera de 2014!
Claro que voltarei a ser leitor atento.
Beijinho e bom FDS

Larysa disse...

Saudações a todos neste fórum do blog, quero contar tudo sobre um avanço financeiro que o Sr. Pedro me ofereceu para passar quando estava morrendo de fome com meus negócios e família durante a pandemia CoVid19. Eu me deparei com o Sr. Pedro no Blog Spot por alguém o recomenda para quem procura empréstimo que fiquei tão empolgado e fiquei motivado para estar nessa posição de liberdade financeira, pois minha família estava morrendo de fome, entrei em contato com o Sr. Pedro no que é o aplicativo que eu disse Ele, minha história de vida sobre a situação financeira, ele me envia um formulário de inscrição para preencher meus detalhes que eu fiz depois que ele me envia contrato de empréstimo, então eu o encaminhei ao meu advogado para dar uma olhada e me aconselhar sobre como fazer isso depois depois Assinei o contrato de empréstimo após o fato de meu empréstimo ter sido aprovado algumas horas atrás, entre em contato comigo para transferir fundos e as cobranças que eu preciso limpar no balcão do banco, limpei as acusações que recebi meu empréstimo no dia seguinte que limpei as cobranças do banco, então Foi muito bom trabalhar com o Sr. Pedro e agradeço a grande parte da ajuda que ele me deu que realmente ajudam minha família a partir da fome. Entre em contato com o Sr. Pedro por e-mail: pedroloanss@gmail.com porque ele está sempre ocupado, mas eles também têm algum outro colega de equipe profissional trabalhando com ele, mas eu recomendo o Sr. Pedro para quem procura ajuda financeira.

 
Web Statistics