domingo, 6 de junho de 2010

ADEUS


... "Ela" chega quando menos se espera, e inexplicavelmente nunca se espera por ela! A morte - fugimos de falar dela, no entanto é das coisas mais certas que temos na vida. Fugimos de falar dela porque ela representa, para todos o final, o fecho das cortinas, a luz que se apaga! Perdi hoje uma pessoa especial. A minha mente reproduz uma série de slides em cadeia de tantos momentos que já não voltam. Não voltariam na mesma, ainda que as cortinas não se tivessem fechado hoje, mas neste dia essa evidência impôem-se com um pragmatismo que pesa mais forte. É assim sempre que a morte nos passa ao lado e recolhe um "amigo". Ficamos a olhar para "ela", perfeitamente impotentes e insignificantes... Inconscientemente, talvez pensemos que um dia será a nossa vez e este facto faz-nos sentir que as lutas da vida parecem inuteis, mesquinhas, pequenas...
Não vou aqui falar da tristeza que sinto, por "ela" ter levado agora, alguém que eu tinha aqui no meu peito... não quero chorar-me, nem lamentar-me porque esta é a nossa condição a partir do momento em que nascemos, apenas lembro a todos, que é nestas alturas vendo como "ela" chega, (muitas vezes sem avisar),que melhor percebemos que a vida é mesmo curta e é em vida que devemos fazer e dizer tudo quanto seja necessário dizer. Quando as cortinas da vida se fecham, já não são precisas palmas, nem espectáculos de consagração. Quando as cortinas se fecham, fica tarde para demonstrar seja o que for. É em vida que temos de arranjar tempo para viver e reviver momentos, ideias, sentimentos.
Hoje partiu uma pessoa especial... uma espécie de irmão mais velho que não via à imenso tempo, um irmão mais velho com quem partilheí jogos, musicas, duvidas existenciais, conversas filosóficas, anedotas, projectos, colecções, e... discussões! Nem sempre concordámos e da ultima vez que discordámos, (há talvez uns 12 anos), foi irremediável... Não mais falámos desde então. Agora é tarde, mas perante a chegada "dela" para o recolher, pergunto-me, de que valeu estar tanto tempo sem lhe dizer que já tudo havia passado, que não o podia "julgar" mais, e que tinha aqui a minha mão, se precisasse? Pergunto-me, como e porquê não lhe disse que ainda gostava dele como antigamente, que ainda o sentia como meu irmão da mesma forma, e que o que mais desejava, apesar de tudo, era que fosse feliz na sua nova vida?
Foi o malvado tempo que passa com uma pressa alucinante e não nos deixa ver que "ela" pode chegar para nos levar a qualquer momento! Deixamos sempre as coisas para depois como se fossemos eternos e depois o tempo, implacávelmente um dia, esgota-se!
Ou talvez tenha sido mesmo eu, que mergulhada num estupido orgulho e enrrolada nas agruras da minha vida, não tivesse querido voltar atrás para, a tempo, ter mudado alguma coisa...

9 comentários:

Rosa Carioca disse...

:(

filipa disse...

mais uma vez estou sem palavras.... este dia.....nao esperava ke chegasse tao cedo.....o meu pai.....eu sei ke ele keria ter me dito tanta coisa.....agora ke partiu, ele pelo menus sabe o ke eu keria lhe ter dito ainda maissss,eu sou a pessoa ke mais o ama neste planeta....sou tambem a ke ele mais magoou, mas eu sempre o perdoei,e um dia vamos ver nos outra vez....

rosa disse...

sei do que falas irmã, mas não havia nada para dizer, tudo o que se disse-se seria mal aceite, nimguem tem o poder de mudar os outros as vezes e preciso essa sulidam para valurisar-mnos os dias que passamos, que não sabendo que são maravilhosas e unicas pisamos e deitamos para o lixo como se não presta-se,não se pode voltar a tras nem nas palavras, nem nas assões,tenta sempre viver a pensar não maguar nimguem,não te arrependas de nada, que seija responssabilidade de outros,os erros que nos hoje nos lembramos não foram teus,o orgulho que não foi ultrapassado não foi teu, fui ele que não conseguiu ultrapassar, nos perdoa-mos, ele sempre soube que nos estava-mos aqui, ele preferiu ficar sozinho. Que Deus o acompanhe, a mim deu-me o bem mais precioso, a minha Filha,so por ela valeu a pena ele ter vivido, e eu estou-lhe verdadeira-mente grata.

cristina disse...

bjinho grande e força

Mina disse...

Tudo tem um começo e um fim...
E pode ser um adeus ou um até breve...
Não podemos medir ou pesar a vida, temos de tentar vive-la o melhor que souber-mos e puder-mos.
Mas a dança fica melhor se houver um par e dançarem em sintonia, quando assim não é!...
Não temos de nos lamentar se o outros não queria seguir o mesmo ritmo, deixa-lo seguir o seu caminho é possívelmente a melhor opção.
Não podemos obrigar ou forçar os outros a estar na dança quando assim não desejam...
Importante é estarmos com a nossa consciência tranquila que só pelas palavras que proferes, dá para sentir que estavas disponivel a aceitar, mas que o momento não se proporcionou.
Ainda à muito egoismo, e todos partiremos um dia, não vale mesmo a pena guardar mágoas do passado...
Força
bjocas

Sandra disse...

Um beijo grd e um forte abraço!

su disse...

a vida tem destas coisas: caminhos que se cruzam, caminhos que se afastam. o que dizes é tão certo... a caminhada da vida deveria ser feita sem estes pequenos nadas, que nos fazem desviar do caminho de quem amamos. mas, infelizmente, assim é... contudo acredito que "ela" não é um fim, só uma passagem e que, um dia, caminhos que se desviaram, voltarão a cruzar-se...

um beijinho, linda...

Fê blue bird disse...

Minha amiga:
Li primeiro o seu último post e só depois este, e acho que o primeiro de certa forma responde ao segundo.
Habitua-mo-nos (para sobreviver) a viver o presente, a desfrutar os momentos perfeitos (como o seu filho a dormir), momentos que guardamos, para compensar os outros, que não são tão perfeitos.
Então minha amiga, é com esse amor que tem dentro de si, que tem que se despedir do seu amigo, sem remorsos...só amor e paz, muita paz!
Um beijinho sentido

Anónimo disse...

Muitas vezes praticamos actos e vivemos a vida de uma forma tal, que achamos que ela é eterna.
A sociedade nos dias de hoje vive (quero eu dizer sobrevive), sem muitas vezes ter respeito ao próximo, sem ter uma mão amiga para estender aquém mais precisa.
Devíamos parar para pensar e procurar a harmonia na nossa curta vida.
Porque a vida é:

“UMAS FÉRIAS QUE A MORTE NÓS DÁ E QUE
NUNCA SABEMOS QUANDO ELAS ACABAM”

Miguel Franco

 
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