quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MANIAS


Existe um defeito em mim que nunca reconheci verdadeiramente - Tenho a mania das grandezas! Não das grandezas nas coisas que se possuem, nem naquilo que se quer aparentar ter - nada disso - é uma mania de grandeza ainda maior: mudar o mundo para melhor!
Mudar o rumo das vidas dificeis que vou conhecendo, para melhor. Ter o dom de numa espécie de milagre, conseguir alterar o percurso de algumas das vidas de pessoas com quem me vou cruzando. Incutir-lhes esperança, alegria de viver, mostrar-lhes VERDADEIROS motivos para se animarem...
Tenho, (lógicamente por isso), sentido a frustação de não conseguir mudar nada, e dou comigo em situações complicadas por ter esta ingénua mania.
Sinto (também por isso), um mal estar imenso e um sem numero de sentimentos que nem sei bem clarificar, e que me convinha, a ver se me entendo!
E isto é tão incrívelmente naif... com esta minha mania, ocupo horas dos meus pensamentos em coisas que não me pertencem; dou comigo a sentir as dores dos outros como se eu própria não tivesse já as minhas, ou como se isso fosse de alguma maneira ser útil para alguém; e o pior de tudo é que não consigo alterar RIGOROSAMENTE NADA!!!
Parece que cada um tem mesmo o seu caminho e que lamentavelmente existem caminhos que têm de ser percorridos na solidão. Só que esta "equação" não satisfaz os meus ideais - sempre penseí que é nosso dever olhar para os lados e apoiarmo-nos uns aos outros.
Faço a minha própria prova dos nove e o resultado é simples: Não tenho tamanho para isso!
Queria, mas definitivamente não tenho essa capacidade, nem consigo dar apenas a mão, sem cair na tentação de logo a seguir, dar "o corpo" todo, a alma... entregar-me. Este falso prótotipo de altruísmo, é negativo e derrota-me, pelo que deveria apenas limitar-me àquilo que sou capaz! Talvez me falte humildade.

Se ao menos eu não soubesse que existem.
Se pelo menos não conhecesse as histórias... Se não visse tão claramente os sofrimentos espelhados nas expressões! Como é que eu faço para não ver? Como é que faço para não me contagiar? Como é que se desliga o botão?




Não me é facil porque no fim das contas, pergunto-me sempre: afinal, do que é que tu és capaz? Qual é mesmo o teu tamanho?

4 comentários:

Sandra disse...

Não me peças para explicar, pq não encontro nem as palavras, nem a capacidade para o fazer... mas, a mim, já me deste muito. Em muitos dias que te li aqui, deste-me alegria de viver e esperança...
(talvez por isso não há dia que aqui não venha "procurar-te")

Força...

Anónimo disse...

Amiga
Padeço desse mesmo mal de grandeza... Mas quem sabe um dia não iremos alcançar esse mundo perfeito.
E tu é de uma tamanho gigante em dádiva de amor...
bjinhos
Mina

Atena disse...

Querida Sandra,
nem sei que dizer... apenas que me sinto feliz, por saber que me acompanhas sempre por aqui! Que encontres sempre muita esperança, tanta como a que eu tenho sentido e que tanto tem colorido os meus dias! Um grande abraço desta amiga que te deseja o melhor:)

atena disse...

Querida Mina, Não acredito no mundo perfeito... e já vou tendo as minhas duvidas num mundo melhor... No entanto, alguma coisa vai evoluindo no meio disto tudo - coisas que vão melhorando por existirem pessoas boas e fortes - como tu! (Acho que até nem sou má rapariga mas a fraqueza que certas dores me dão, é que é pior)... mas penso que é uma questão de tempo e de maturidade... acredito que vamos enrrijando com os anos, não?

 
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