quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MOMENTOS PARA AGARRAR


Ontem fui assistir a uma "aula" de natação do meu Vasco. Eu na Bancada, atenta a todos os movimentos, e ele com o seu mais especial "terapeuta" - o Pai. Foram cerca de 50 minutos únicos para mim... senti toda a espécie de sensações concentradas naqueles momentos! E descrever é dificil... A alegria extasiante que o Vasco demostrava inundava-me, transbordando-me de sentimentos, fazendo-me sentir que é por este momentos que luto tão afincadamente! Se a felicidade se pudesse personificar e ver-se como algo de palpável... então aquilo foram momentos da mais pura e verdadeira! Queria agarrar esses momentos com a força das minhas mãos e fazer parar o tempo ali mesmo!
A piscina estava cheia, mas uma espécie de áurea cintilante assomou-se de mim, abraçando-me e fazendo-me desligar das coisas mais terrestes. Soltou-se-me um breve e suave choro, mas daqueles que sentimos quando a alegria é imensa e não cabe em nós... e ele ria, saltava, mergulhava com a força da alegria que só conseguem ter as crianças mais puras. O pai - incansável amigo, companheiro, terapeuta e especial professor de natação - olhava-me de vez enquando como quem me diz: vês como conseguimos fazer o nosso menino tão feliz... como quem me diz: hei-de, nem que seja a ultima coisa que me seja possivel, aos poucos fazer do meu Vasco um homem feliz e capaz de tudo!
A fé do Pai Miguel é inabalável... tanto que me contagia e me faz sonhar com o infinito para nós os 3... mas eu por ser mais receosa, limito-me a desejar que estes momentos de felicidade se repitam por muitas vezes e se sobreponham à dor que nos inflinge, grande parte das pessoas em nosso redor.

2 comentários:

*Lisa_B* disse...

Querida,
"...e se sobreponham à dor que nos inflinge, grande parte das pessoas em nosso redor..."
Conta com o pai Miguel :-) e se não contasse ? se ele fizesse parte dessas pessoas ao v/ redor que lhes infligem dor?
Já pensou nisto?
Eu sei o que é ter os outros a infligir dor e mais o "pai" junto com os outros...ausente dos deveres mas presente noa maus actos, isto sim doi mais que a ignorancia dos que nos rodeiam e nada sabem nem querem saber.
Só lhe digo isto para que sinta o bem que tem e quando vir um olhar de reprovação,ou a indiferença perante o seu anjo...nem lhes dê importância pense somente que eles perdem por não tentarem conhecer mais e importarem-se ao ponto de quererem compreender.
Não é à toa que eles e nós mães e pais somos chamados de "os incompreendidos" o que não é visivel a olho nú é repudiado.
Amiga vá em frente procure muitos desses momentos mágicos que só farão bem a vc's os 3 e dão energia para continuar em frente sempre...e com esperança.
Logo que me consiga livrar do tribunal e processo instaurado contra mim e meu filho eu contarei no meu blog tudo que fiz pelo meu filho para o ajudar e os resultados de tal trabalho e empenho.
Beijinhos e muita luz e força para vc's.

Atena disse...

Querida amiga... se imaginasse a vergonha e o repudio que sinto por cada vez que oiço casos da mais pura cobardia, quase sempre perpretados pelos pais (homens) NUMA SITUAÇÃO COMO A NOSSA!!! Dizem as estatísticas que nestes casos (filhos com NEE), 80% dos pais separam-se e os pais afastam-se das suas responsabilidades, do dever de pai, e de ser humano! Acho um horror, a maior das vergonhas e parece-me revelador do caracter de muitas pessoas que se vão dizendo "boas" por este mundo fora. Do que somos feitos, é algo que se vê especialmente nos momentos dificeis e mais exigentes da vida! Para não falar da questão que me coloco sempre: "Fugindo", como fica a sua consciencia de pai, perante um filho que está à partida mais "fragilizado" numa sociedade que é práticamente uma selva?
Depois apregoa-se que se já não há amor entre um casal não se deve permanecer juntos pelos filhos... para mim isto é controverso... pelos filhos tudo deve ser válido, pelo menos esperar momentos mais adequados e manter, pelo menos uma amizade que é tão necessária... Pensar no superior interesse de um filho não é algo errado concerteza.
Acredite que valorizo demais a postura do meu companheiro até aos dias de hoje, mesmo que nem sempre as coisas sejam fáceis, como imagina. Lutamos muito os dois por manter de pé esse pilar que sustenta o nosso menino e a nós próprios. O amor que nos une, ajuda muito, obviamente, mas acredito que o Homem que está por detrás do meu companheiro é um homem de carácter e de coragem... e que se por ventura o nosso amor se alterasse, a postura dele perante o filho continuaria a ser a de pai, porque não se deixa de amar um filho.

Quem foge das tempestades são os "ratos" não são os verdadeiros homens... Fugir para não ver, não ver para não doer, arranjar novas vidas para se entreter... são tudo caminhos que para os cobardes encaixam na perfeição. Penso que Se pode sempre cumprir o papel de verdadeiro pai, mesmo quando a relação pai/mãe terminou... quando não é assim, soa-me a cobardia, a mau caracter, a fuga pelo mais fácil, pelo que doi menos... e quem ficar que suporte tudo sózinha e nem deve reclamar.

Perdoe o desabafo, até porque isto é sómente uma opinião que tenho há muito tempo, porque infelizmente conheço algumas "supermães" que lutam sózinhas e isso angústiou-me sempre muito Lisa.
Deixo-lhe aqui, agora mesmo um forte abraço, sentido e verdadeiro de um grande respeito e admiração... deixo também um pedido ao meu Deus (aquilo em que acredito) que lhe dê sempre muita força e que esteja sempre do vosso lado.
E amiga Lisa... estou sempre por aqui, um dia encontrar-nos-emos para beber um café e contar-me como venceu a batalha dura porque agora esta a passar nos tribunais. Muita fé, querida Mãe coragem.

 
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